Crítica: “Maria do Caritó”

“Maria do Caritó”, dirigido por João Paulo Jabur, é baseado em uma peça teatral de mesmo nome, que esteve em cartaz durante o ano de 2010. O longa conta a história de Maria (Lilia Cabral), cujo maior sonho é encontrar um amor; porém, ela foi prometida a um Santo chamado São Djalminha logo depois de seu nascimento, devido a complicações no parto. Após inúmeras simpatias e uma conversa com uma cartomante, um circo chega à cidade e Caritó acredita não só ter encontrado seu futuro noivo, como uma nova vocação para sua vida.

O filme está impecável. A riqueza de detalhes e os assuntos abordados foram muito bem pontuados no decorrer da história. Existem dois pontos cruciais que dominaram o enredo: o primeiro trata sobre o descobrimento da mulher sobre ela mesma; o segundo destaca o quão importante e significativo é ser artista, aquele que acima de tudo é apaixonado pelo que faz.

Na história, Maria é cultuada como santa pelos moradores da cidade, já que devido à promessa feita por seu pai, ela se manteve virgem por todos esses anos. Apesar de ter sido criada com um certo rigor, a personagem possui a clareza de que aquilo não é correto, e desde o início do filme, expressa uma frustação até mesmo de forma implícita, de nunca ter vivido nada diferente em sua vida.

De uma forma bem delicada, a produção conseguiu perfeitamente acrescentar detalhes que agregassem de uma maneira muita ampla uma série de eventos. Quando o circo chega ao pequeno vilarejo, é como se ele trouxesse um novo mundo, com diversas possibilidades e com a intenção de mostrar às pessoas que elas podem ser o que quiser.

A princípio, Maria procurou o circo com a intenção de buscar um compromisso sério com um dos artistas. Depois, ao fazer um teste para se tornar uma das palhaças do espetáculo, percebeu que ali era o seu lugar e que não tinha nada mais bonito do que descobrir quem de fato ela era.

O ponto alto do longa é a mensagem transmitida nas cenas finais, é o momento em que a ingenuidade da personagem se transforma em coragem, e principalmente, em amor próprio. Durante todo o filme, Maria do Caritó buscou sua liberdade de formas diferentes e demorou anos até que ela entendesse o que isso significava. Quando passou por algumas desilusões, ela se reergueu e percebeu que tudo o que sempre buscou estava dentro de si mesma.

por Victória Profirio – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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