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Crítica: “Missão: Impossível – O Acerto Final”

A década de 1980 foi marcada por sucessos que, até hoje, atraem a atenção dos amantes da sétima arte. Entre aclamadas produções, em 1986, “Top Gun” fez milhares de espectadores ao redor do mundo viajarem a bordo de um caça Grumman F-14 Tomcat e embalou inúmeros relacionamentos com a vencedora do Oscar de Melhor Canção Original, “Take my Breath Away”, da banda de new wave estadunidense, Berlin.

Com seu carisma e talento incontestáveis, dez anos depois de dar vida ao piloto Pete “Maverick” Mitchell, Tom Cruise voltou a deixar plateias sem fôlego, ao assumir o papel de Ethan Hunt, em “Missão: Impossível”, longa que daria início a uma das mais longevas e bem sucedidas franquias cinematográficas de ação.

Passadas quase três décadas, “Missão: Impossível – O Acerto Final” (Mission: Impossible – The Final Reckoning) marca a derradeira aventura do agente nas telonas e deixa uma imensa lacuna no gênero. Complicada será a incumbência de outras sagas que tentarem alcançar seu status.

Novamente sob a direção de Christopher McQuarrie, a trama escrita por ele e por Erik Jendresen, se passa meses após os acontecimentos vistos em “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1” e mostra as consequências provocadas pela ação da chamada “Entidade”.

Ao conquistar a maioria dos arsenais nucleares existentes no planeta, a iminência da 3ª Guerra Mundial nunca se fez tão provável. Apenas três dias separam a Inteligência Artificial do controle absoluto de todos os mísseis – incluindo os que fazem parte do solo americano – e caberá a Hunt e seus competentes companheiros impedirem que tal ameaça torne-se real.

Para isso, o bom e velho trabalho em equipe será fundamental. Os veteranos Luther (Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg) trabalham, respectivamente, na criação de um programa capaz de conter a Entidade e na descoberta de como encontrar o Submarino Sevastapol – cuja relevância foi explicada no capítulo anterior.

Já Grace (Hayley Atwell) tem suas habilidades lapidadas pelo treinamento na IMF, enquanto Paris (Pom Klementieff) agora usa letalidade em prol do bem comum – entenda-se buscando acabar com Gabriel (Esai Morales). Completa o time o novato e dedicado Degas (Greg Tarzan Davis).

Se tal grupo visa “desconectar” a Inteligência Artificial e impedir seus feitos que culminariam na quase total extinção da raça humana – apenas os devotos a ela seriam “poupados” -, seu ex-avatar humano, Gabriel, tem outros planos em mente: dominar a máquina para tornar-se a figura mais poderosa da Terra.

O tempo parece escasso para tantos objetivos serem cumpridos. Ainda mais por Hunt precisa de ajuda externa, que chega sob a forma da anuência da ex-Diretora da CIA e atual Presidente dos Estados Unidos, Erika Sloane (Angela Basset), que confia ao agente a tarefa de voltar dentro do prazo de 72 horas, antes que medidas drásticas fossem tomadas, na tentativa de manter a integridade do país.

Com essa premissa ganhando sua forma definitiva, é o momento de Tom Cruise mostrar o que sabe fazer de melhor em tela. Então, vemos o protagonista interpretado por ele em ação quase contínua, seja no céu, terra ou mar. E, quanto mais mirabolante as decisões, mais eficiente se torna a narrativa, afinal, todos os elementos esperados pelos fãs estão lá.

Cruise correndo daquele jeito característico que virou sua marca registrada? Temos. Momentos nos quais, convenientemente, seu personagem aparece sem camisa e/ou apenas de cueca? Temos também. Máscaras realistas para ocultar identidades? Com certeza. Assim como a natural suspensão de descrença que todo espectador aceita ao ver o ator realizando acrobacias cada vez mais improváveis (e sem contar com dublês para substitui-lo nos momentos críticos).

Em 170 minutos, “Missão: Impossível – Acerto Final” alterna momentos emocionantes – que, em geral, surgem como flashbacks, numa justa homenagem aos episódios pregressos – e excepcionais sequências de ação, como já é tradição na franquia. Isso faz com que sintamos um misto de satisfação pelo bom resultado e uma pontinha de tristeza pela conclusão de uma saga que acompanhamos há tanto tempo.

As mensagens destinadas aos membros da IMF podem se destruir em cinco segundos. Mas, a relevância de “Missão Impossível” permanecerá por muito mais tempo. E, como dizem a Ethan Hunt, em dado momento do filme: “Apesar de nunca ter acatado ordens, você nunca nos decepcionou”.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.

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