2016 foi muito próspero para as animações. Das mais simples, às mais complexas, houve espaço para todas conquistarem e ampliarem o público fã do gênero. Fico feliz em dizer que 2017 já começa com o pé direito, com a estreia da primeira aposta da Disney para este ano, o bastante aguardado “Moana – Um Mar de Aventuras” (Moana).
Na trama, a jovem que dá nome à produção é filha única do chefe de uma tribo que vive na ilha polinésia de Motu Nui e já carrega, desde pequenina, a responsabilidade de um dia ter que estar à frente da liderança de seu povo.
Tudo no local segue uma rotina diária onde a cooperação mútua é o ponto principal, todos trabalham em benefício do grupo e são felizes por isso. Mas Moana quer mais, ela anseia pelo oceano, sempre tão perto, mas ao mesmo tempo tão distante de suas ambições.
Nenhum habitante da ilha tem permissão para navegar nas límpidas águas e a razão para isso envolve uma perda irreparável e que faz com que tal lei seja seguida à risca – ainda que constantemente questionada pela protagonista e por sua avó Tala (uma das personagens mais bacanas da história).
Quando a sobrevivência na ilha é ameaçada pela inexplicável e crescente deterioração da vegetação local, cabe à Moana tomar uma decisão drástica e embarcar numa surpreendente aventura em busca de Maui, um semideus metamorfo desaparecido há 1000 anos, que é o único que pode reverter a situação. Essa inusitada dupla terá que unir forças para encontrar a “Deusa Mãe” Te Fiti, que após ter seu coração roubado, despeja sua ira de maneira implacável, provocando a destruição de tudo que é vivo à sua volta.
Maui é um personagem muito carismático, seja por seu intenso amor-próprio, suas inúmeras tatuagens que interagem com ele através de movimentos ou pelas transformações em animais. Já Moana chama a atenção por sua liderança nata, coragem e determinação (e pela negativa em aceitar o rótulo de “princesa”).
Os coadjuvantes animais da vez são Pua – um simpático porquinho, que aparece em poucas cenas no início, e Hei Hei, um galinho magricelo e com inteligência reduzida, que de maneira bastante ingênua, é responsável por várias sequências divertidas. Destaque também para a beleza da obra e como já é padrão Disney, para a trilha sonora, com canções eficientes tanto nas letras quanto em suas melodias.
Antes da animação em si, um curta metragem é exibido. “Trabalho Interno”, dirigido pelo brasileiro Leo Matsuda, mostra a importância de se fazer o que gosta em algum momento, a fim de que seja mais fácil encarar o cotidiano tedioso imposto pela sociedade. Simples e emocionante.
Corra para os cinemas.
por Angela Debellis