Crítica: “Morando com o Crush”

Quando se pensa em amores adolescentes da ficção, é bem provável que um dos primeiros a vir à cabeça seja o de Romeu e Julieta (com seu final trágico ao extremo). Mas, inúmeras obras já mostraram que também é possível explorar o tema de forma mais leve (às vezes com um final não tão feliz – mas longe de ser terrível-, outras em que tudo dá certo como em um passe de mágica).

É o caso de “Morando com o Crush”, comédia romântica nacional que chega aos cinemas contando uma história simples e simpática, cumprindo o papel de ser agradável, sem carregar nenhuma pressão desnecessária para ser mais do que isso.

Escrito por Sylvio Gonçalves, o roteiro tem como base o primeiro flerte entre Luana (Giulia Benite) e Hugo (Vitor Figueiredo). Colegas de escola, os jovens se veem mais próximos durante uma festa promovida por Sofia (Luísa Bastos), amiga em comum dos dois.

Mas, o ansiado relacionamento nem bem ganha forma e já é posto à prova, com uma inesperada notícia: Os protagonistas terão que se mudar para a pequena Iguacupevatibá do Sul, pequena (e fictícia) cidade no interior do Rio de Janeiro.

O motivo? O pai de Luana, Fábio (Marcos Pasquim) e a mãe de Hugo, Antônia (Carina Sacchelli) trabalham juntos e foram transferidos. Ah, sim! E eles também decidiram se casar. Ou seja, o casal adolescente (que na verdade, nem é um casal ainda) vai ter que dividir a mesma residência.

À primeira vista, isso poderia ser um grande problema – talvez, na vida real as coisas fossem, de fato bem mais complicadas do que o mostrado em tela -, mas o longa consegue encontrar escapes para que as coisas fluam de maneira tão descomplicada quanto possível.

Chegando à pacata cidade – conhecida pela alta incidência de gêmeos que nascem lá – Luana e Hugo combinam de se passarem por irmãos também, não só para obter vantagens, como para desviar qualquer suspeita de que estão apaixonados.

Mas, Priscila (Júlia Olliver) – jovem moradora local e personagem menos crível da produção (porque, em dias atuais, há coisas bem mais interessantes para se fazer do que ficar espiando vizinhos por uma janela o dia inteiro) – fará de tudo para descobrir o que há por trás da fachada de irmãos perfeitos.

Se o desenrolar desse amor juvenil é o centro da narrativa, ainda há espaço para assuntos com um tom maior de seriedade, como o luto, a indecisão sobre qual profissão seguir no futuro, os medos que a vida adulta pode provocar com suas exigências, e a necessidade de adaptar-se aos outros (sem que isso nos limite ou modifique mais do que permitimos).

Esperar algo além do que a trama poderia entregar seria desonesto com o espectador e injusto com a produção dirigida por Hsu Chien. E é por isso, que eu acho que “Morando com o Crush” não decepciona, por se tratar de um título feito nitidamente para o público mais jovem, que deve se identificar com várias passagens vistas durante os 90 minutos de duração do filme.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Paris Filmes.

 

Filed in: Cinema

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