Crítica: “O Ano de 1985”

Hoje em dia, infelizmente, ainda encontramos na sociedade certo tabu a respeito da homossexualidade, e ele se torna ainda maior quando a opção sexual vem acompanhada de alguma doença sexualmente transmissível. O longa americano “O Ano de 1985” (1985) retrata o lado sensível de uma história vivida por inúmeras pessoas, muitas vezes confusas com os fatos que estão em jogo.

O drama dirigido por Yen Tan é uma continuação de um curta-metragem com o mesmo nome, lançado em 2016, participou de alguns festivais e foi vencedor de vários prêmios. Conta a história de Adrian Lester (Cory Michael Smith), um rapaz homossexual, que após três anos longe de casa, retorna ao Texas para revelar à família que está com AIDS.

O longa é extremamente comovente, a forma como a história foi retratada e até mesmo o fato de ser em preto em branco, dá um ar de sensibilidade. Era como se pudéssemos experimentar o mesmo que o personagem, desde o início é possível sentir a tristeza e o pesar que Adrian carrega por não saber como contar sobre sua doença para seus pais religiosos.

A homossexualidade traz consigo uma série de fatores e muitas vezes a sociedade não sabe como discutir sobre eles, por isso ainda existem muitas mortes principalmente ocasionadas pelo preconceito. Retratar uma DST significa alertar sobre seus riscos e fazer com que a população entenda o quanto é importante a prevenção, e que mesmo sendo complicado é possível lutar pela vida.

A incompreensão religiosa também é um fator alarmante, a doutrinação faz com que as pessoas não aceitem as mudanças que estão ocorrendo, elas fecham os olhos para mundo sem que exista um meio termo – é certo ou errado, céu ou inferno. Muitas vezes essa intolerância é colocada em prática dentro de casa, o que torna as coisas muito mais difíceis.

Nem todas as pessoas que se descobriram homoafetivas têm uma boa relação com suas famílias, em muitos casos algumas chegam a cortar relações por não serem aceitas por seus familiares, e isso lamentavelmente é mais comum do que parece.

por Victória Profirio – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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