A aventura do jovem Ivan Drago, que começou nas páginas de um livro escrito pelo argentino Pablo de Santis em 2007, chega às telas de cinema com a estreia de “O Inventor de Jogos” (The Games Maker).
Na trama, um garoto de 10 anos vê sua monótona vida virar de cabeça para baixo ao se inscrever em um concurso cujo desafio é criar jogos originais para crianças. E, contra qualquer perspectiva, ele ganha, deixando para trás 10 mil competidores. O prêmio? Uma simples tatuagem semelhante àquelas que vinham em chicletes.
E é esse fato – aparentemente sem nenhuma importância – que dá o pontapé inicial a uma inesperada jornada pelo incrível mundo dos jogos de tabuleiro e quebra-cabeças, cujo domínio é disputado pela “Companhia de Jogos Profundos” e pela quase completamente esquecida cidade de “Zyl”.
O caminho de Ivan é repleto de desventuras e descobertas. Tudo visualmente “exagerado” como esse tipo de produção costuma ser. Uma (eficiente) mistura de vários clichês – o protagonista que fica órfão, o colégio interno que parece a sucursal do inferno, a amiga coadjuvante inteligente, as reviravoltas mirabolantes em fatos aparentemente consumados. Tudo funciona na admirável produção.
No elenco, destaque para o intérprete de Ivan (David Mazouz), cuja tendência é ficar conhecido pelo grande público por sua atuação como Bruce Wayne na nova série televisiva, “Gotham” e para Joseph Fiennes, que nos entrega um Morodian misterioso – e cruel – na medida certa.
O uso do 3D, apesar de não acrescentar grandes novidades ao longa, é feito de maneira tão delicada, que cumpre bem o papel de transportar o espectador ao centro da ação.
Grata surpresa que vale conferir nos cinemas.
por Angela Debellis