Certas histórias foram feitas para deixar o final “em aberto” e nós nos acostumamos com isso (mesmo que não concordemos sempre com tal artifício). Já em outras, pode bater uma certa vontade de saber o que veio “depois da última página”.
Assim é com a magnífica obra de Antoine de Saint-Exupéry, “O Pequeno Príncipe” (The Little Prince). O que aconteceu ao aviador, anos depois de seu indefectível encontro com o menino com cabelos cor de trigo é o que a animação dirigida por Mark Osborne nos conta.
É possível perceber que muito tempo já se passou. O aviador agora é um senhor de longa barba branca, mas que mantém a jovialidade no sorriso franco e olhar sincero.
Sua aventura no deserto é novamente trazida à tona quando uma garotinha – cuja vida é controlada de maneira doentia pela mãe – muda-se para a casa ao lado e uma improvável amizade surge entre eles.
A produção é linda. Os fatos “atuais” são representados pela animação computadorizada, enquanto os eventos da obra original são feitos em stop motion, o que causa um lindo contraste visual.
Em nenhum momento notasse uma tentativa de superar a atemporal história de Exupéry. Visivelmente, tudo foi pensado como uma grande – e bem sucedida – homenagem ao aclamado livro.
Destaque para a raposa que, assim como em todas as outras adaptações rouba a cena e cativa o espectador com facilidade. Ponto positivo também para a dublagem nacional que conta com Marcos Caruso e Larissa Manoela, absolutamente convincentes e confortáveis em seus papéis.
Comovente, delicado e profundo, o filme deve emocionar de fato grande parte da plateia. Não tenha vergonha de sair com os olhos vermelhos da sala de cinema. É muito provável que a pessoa ao seu lado também esteja assim.
Imperdível.
por Angela Debellis
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