Crítica: Oldboy”

Durante os anos 2000, o cinema da Coreia do Sul via um período de renascimento em relação à forte queda que sofrera desde meados da década de 1970, com filmes sul-coreanos dominando novamente as bilheterias do país, assim como atingindo fama internacional.

É claro que esse processo não pode se reduzir a apenas um longa, mas, mais do que qualquer outro, “Oldboy”, um dos precursores desse renascimento, foi o que projetou o país no cenário internacional.

Retornando aos cinemas em comemoração aos seus vinte anos de lançamento, o filme não deixa de ser relevante ou impressionante. Dirigido por Park Chan-wook, é a adaptação do mangá homônimo, e segue a busca de vingança de Oh Dae-su (Choi Min-sik) contra os misteriosos captores que além de manterem-no prisioneiro por quinze longos anos, assinaram sua esposa e armaram para que ele fosse o principal culpado. No entanto, o protagonista se verá ainda prisioneiro de uma trama complexa que o levará aos seus limites, físicos, psicológicos e morais.

“Oldboy” faz jus a toda reputação que adquiriu: em primeiro lugar, a narrativa é cheia de reviravoltas bem construídas (melhores do que muitas de M. Night Shyamalan, por exemplo), explora vários aspectos da psique humana, merecendo as comparações com até mesmo as melhores das tragédias gregas antigas, com Park Chan-wook honrando sua fama como mestre dos thrillers psicológicos.

As cores, a composição e a fotografia são incrivelmente apropriadas e versáteis, indo do mais clichê noir, até o neon das grandes metrópoles coreanas da época; e as coreografias das lutas são simplesmente fenomenais.

Certamente, “Oldboy” não é uma obra para todos, pois, além da violência (que mesmo estilizada é extrema), atinge pontos emocionais que podem ser gatilhos para alguns. Porém, vale a pena para quem aguenta, e muito melhor do que a fraca refilmagem lançada em 2013, que, apesar de dirigida por Spike Lee, ainda assim é tediosa.

E para quem nunca assistiu, ou quer assistir novamente, “Oldboy” chega em versão restaurada e remasterizada aos cinemas brasileiros e é uma ótima oportunidade para curtir o filme em alta definição e em tela grande.

por Ícaro Marques – especial para A Toupeira

*Título assistido em sessão regular de cinema.

Filed in: Cinema

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