Crítica: “Projeto Gemini”

Não parece absurdo afirmar que quando a tecnologia alça novos e impressionantes voos, há certa relutância em aceitar seus resultados imediatos. Assim também acontece com os produtos vistos nas telas de cinema, que desde a icônica era dos filmes mudos apresentados em preto e branco, já tiveram avanços que hoje em dia beiram a perfeição sonora e visual.

A nova incursão no mundo das maravilhas tecnológicas atende pelo nome de 3D+ e oferece uma experiência hiper realista ao espectador que consegue visualizar detalhes como as impressões digitais dos personagens e as diferentes camadas de texturas dos mais diversos objetos em cena.

Dirigido por Ang Lee, “Projeto Gemini” (Gemini Man) escreve seu nome como precursor dessa evolução usar recursos inéditos para contar a história de Henry Brogan (Will Smith), exímio atirador que, prestes a se aposentar aos 50 anos, vê sua vida ser posta em risco por alguém quase tão eficiente e letal quanto ele.

A surpresa maior nem se dá pelo fato de estar sendo perseguido, mas por quem se descobre ser seu perseguidor: Junior (Will Smith), um clone de 23 anos, gerado a partir de seu DNA, concebido como parte de um ardiloso plano arquitetado por Clay Verris (Clive Owen), para criar um exército composto por soldados invencíveis. O personagem é criado 100% digitalmente e conta com a captação de movimento do protagonista.

Quando se tira o elemento – até que se prove o contrário fantasioso – da existência bem-sucedida de um clone humano, o que sobra é um roteiro sem muito aprofundamento na narrativa, mas que cumpre com eficiência o que geralmente se espera de um filme de ação, entregando boas cenas de luta e perseguição. Destaque para a sequência passada nas Catacumbas de Budapeste – um dos vários cenários vistos durante a narrativa -, que inclui uma ótima cena debaixo d’água.

Por outro lado, desde o princípio é clara a preocupação em se criar um espetáculo visual que chega a “assustar” em determinados momentos, já que mostra um detalhamento ao qual não estamos habituados em nossa vida real. As cores são mais vivas, a profundidade é maior, tudo ganha uma nitidez incomparável, graças ao processo de filmagem de 120 quadros por segundo – em comparação aos 24 tradicionais de hoje em dia. E nesse ponto, o longa também tem êxito na maior parte do tempo.

Como já era de se imaginar, ainda que o elenco conte com nomes como Mary Elizabeth Winstead e Benedict Wong (além do já citado Clive Owen), Will Smith tem todos os holofotes em sua direção e sabe conduzir tanto destaque com muita sabedoria. Ao interpretar dois personagens tão distintos – de caráter e idade díspares -, o ator consegue mostrar-se versátil e convence nos dois papéis.

Importante ressaltar que são poucas as salas que têm os recursos necessários para exibir o longa em sua versão 3D+ (a grande maioria vai exibi-lo em 2D ou 3D tradicional), mas é interessante pesquisar onde encontrar alguma disponível, pois isso faz toda a diferença na experiência.

Vale conferir.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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