Crítica: “Rampage – Destruição Total”

Em 1986, quando o game Rampage foi lançado para arcade e posteriormente convertido para os consoles mais famosos (inclua-se o sempre maravilhoso Atari 2600), sua história seguia a mesma premissa da grande maioria dos títulos da época: era simples, mas atraente, e conseguia conquistar os jogadores que passavam horas encarando a destruição de cidades por humanos mutantes que haviam se transformado em animais / monstros gigantescos.

Mais de três décadas depois, sob a direção de Brad Peyton, “Rampage – Destruição Total” (Rampage) chega aos cinemas com o desafio de manter-se fiel ao game, mas também  apresentar qualidade técnica e ampliação da narrativa, para sustentar-se em tela por 115 minutos. Quem encarou a empreitada de frente foi Dwayne Johnson, que acumula as funções de protagonista e produtor executivo do longa.

Na trama, conhecemos o simpático George, um raro gorila albino, que ficou orfão devido à ação de caçadores inescrupulosos e foi resgatado ainda filhote pelo primatologista Davis Okoye (Dwayne Johnson), com quem desenvolveu fortes laços de amizade e confiança. A dupla se comunica através da linguagem de sinais e consegue até mesmo fazer piadas sarcásticas em momentos improváveis. Coisa de bons amigos.

A ação começa quando após um acidente, George e outros dois animais – um lobo denominado Ralph e um crocodilo chamado Lizzie – são expostos a um patógeno desenvolvido ilegalmente por uma empresa que faz experiências genéticas a fim de aumentar ainda mais a fortuna de seus sócios, os irmãos Claire e Brett Wyden (interpretados por Malin Akerman e Jake Lacy). Essa é a maior mudança entre a história do game e do filme, mas tal alteração está longe de ser prejudicial e a nova proposta é bem – ou talvez até mais – interessante.

Os animais passam a apresentar sintomas tão imediatos quanto assustadores: crescimento acelerado, aumento de força física e uma agressividade exacerbada. Quando o trio se une em direção a Chicago para chegar ao prédio da empresa responsável pela mutação – e que agora deu um jeito de atrai-los para exterminá-los, mas não sem antes conseguir amostras de seu DNA -, caberá a Davis e à geneticista Drª Kate Caldwell (Naomi Harris) enfrentar a interferência do governo – num primeiro momento representado por Agente Russell (Jeffrey Dean Morgan) – e encontrar a solução para essa encrenca literalmente gigantesca.

Quem conhece o estilo de jogo no qual o filme se baseia deve ficar atento a detalhes bem bacanas, como a visão em primeira pessoa – com direito a apenas a metralhadora e as mãos do caçador Burke (representado por Joe Manganello) na parte inferior da tela -, além de movimentos dos animais e do heroico personagem de Dwayne Jonhson, muito semelhantes a manobras vistas em vários títulos do gênero.

Algumas sequências lembram produções da década de 1980, quando absurdos brotavam em tela e não provocavam o (neste caso) desnecessário questionamento do público que tinha consciência de que até essa opção pelo exagero faz parte do que o roteiro propõe. E essa talvez seja uma das peculiaridades mais válidas da diversão.

Vale conferir!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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