Crítica: “Sing – Quem canta seus males espanta”

sing-poster-nacional-criticaEu sou, sabido por todos que me conhecem, uma admiradora ferrenha de animações. Das mais inocentes às que carregam assuntos nitidamente mais sérios, é quase impossível haver algum título do gênero que me desagrade por completo.

E foi com esse espírito que entrei na sala de cinema para ver “Sing – Quem canta seus males espanta” (Sing), ciente de que, no mínimo, eu já estaria satisfeita com a bastante eclética trilha sonora, que vai de Limp Bizkit a Lady Gaga, de Katy Perry a Seal, com notável fluidez e competência.

Para minha alegria (não só como profissional de comunicação, mas principalmente como espectadora), a produção, por seu conteúdo como um todo, é uma das melhores pedidas de 2016, colocando o público para dançar e cantar – literalmente – a cada nova música.

Na trama vivida apenas por animais – o que sempre merece destaque -, o coala Buster Moon (Matthew McConaughey) está prestes a perder seu teatro quando tem a brilhante ideia de promover um concurso de canto, aberto a qualquer cidadão que decida encarar o desafio dos palcos.

O evento, como já era de se imaginar, atrai os mais diversos tipos de concorrentes, numa das sequências mais legais da animação, quando vemos que todos, sem distinção, têm a mesma oportunidade para tentar garantir seu lugar ao sol, na busca pelo prêmio de 100 mil dólares.

Os finalistas do concurso, com suas personalidades e histórias de vida tão diferentes entre si, são os que dão tom à narrativa. Entre eles, há a porca Rosita (Reese Whinterspoon / Mariana Ximenes), mãe / esposa / dona de casa, que deixa de lado seu sonho de carreira profissional em prol da família; o gorila Johnny (Taron Egerton / Fiuk), jovem que não quer seguir os mesmos passos do pai como gângster; a porco-espinho fêmea Ash (Scarlett Johansson), garota cujo talento natural é ofuscado por um namorado egoísta.

Para completar o grupo, o divertido porco Gunter (Nick Kroll / Marcelo Serrado) e sua autoestima elevada ao infinito; a elefanta Meena (Tori Kelly / Sandy), cantora nata que tem fobia de palco; e o rato Mike (Seth MacFarlane), cujo egocentrismo é quase tão grande quanto sua capacidade para cantar canções do eterno “Olhos Azuis”, Frank Sinatra.

São esses ingredientes, a princípio destoantes, que resultarão numa bem sucedida receita de como continuar acreditando, mesmo quando tudo nos mostra que é mais fácil desistir e aceitar a rotina que o cotidiano diário acaba impondo à maioria das pessoas.

Os pontos positivos são inúmeros, mas um me tocou bastante o coração e talvez só seja percebido por quem de fato se propuser a reconhecer os menores detalhes envolvendo o universo musical – sejam títulos, trechos ou menções subjetivas: em uma cena, um dos personagens abre uma janela e diz que precisa sentir “O Vento da Mudança” (“The Wind of Change”, no original), nome de uma das canções mais icônicas do rock mundial, sucesso do grupo alemão Scorpions.

Corra para os cinemas para acompanhar esse incrível espetáculo cheio de surpresas, ritmo e sentimento.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

You might like:

Crítica: “Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2” Crítica: “Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2”
Crítica: “Rivais” Crítica: “Rivais”
Crítica: “Plano 75” Crítica: “Plano 75”
Crítica: “La Chimera” Crítica: “La Chimera”
© AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.