Crítica: “Sonic 3 – O Filme”

Como esperado em um bom videogame, a história deve se tornar mais interessante (e elaborada) a cada fase que se passa. Da mesma forma, tem sido com a franquia cinematográfica protagonizada pelo ouriço azul da SEGA, que desde 2020 tem conquistado seu espaço não só entre gamers prévios e cinéfilos.

“Sonic 3 – O Filme” (Sonic the Hedgehog 3) chega com a vantagem de já ter estabelecida uma base forte de personagens que seguram a trama mais relevante da saga nas telonas até aqui. Isso, porque o foco maior fica sobre as figuras clássicas dos jogos, com a aparição de elementos humanos utilizada apenas quando necessário, o que faz grande diferença no produto final.

Novamente passada na cidade de Green Hills, a trama escrita por Pat Casey, Josh Miller e John Whittington coloca Sonic (voz de Ben Schwartz na versão original e Manolo Rey na versão brasileira), Knuckles (Idris Elba / Ronaldo Júlio) e Tails (Colleen O’Shaughnessey / Vii Zedek) frente a um dos mais icônicos anti-heróis dos games: Shadow (Keanu Reeves / Reginaldo Primo), o poderoso ouriço preto que desperta após passar cinquenta anos preso em um laboratório, em busca de vingança pela perda de sua melhor amiga, Maria (Alyla Browne).

A seu lado, o veterano Professor Gerald Robotnik (Jim Carrey), que, no auge de suas 110 anos, surge como parte fundamental em um plano maligno para destruir o planeta Terra. Impedir o êxito da improvável dupla será a missão de Sonic e seus amigos, que recorrerão ao outro membro da família Robotinik para ajudá-los: Sim, dessa vez, Dr. Ivo (também interpretado por Jim Carrey) faz parte do time dos mocinhos – até onde isso é possível, é claro.

Existe um imenso salto de qualidade em todos os quesitos da produção dirigida por Jeff Fowler. Visualmente incrível, oferece sequências capazes de fazer os olhos de qualquer fã encherem-se de brilho (e algumas lágrimas, é verdade). A presença constante de personagens animados não só é o seu maior trunfo, mas seu grande desafio. E é maravilhoso comprovar o nítido empenho de toda equipe por trás do filme, que faz tudo valer a pena, ao término dos 110 minutos de duração da obra.

Há de se destacar a preocupação em oferecer uma narrativa que cative públicos diferentes, não apenas os que conhecem o material de sustentação dos games. O longa funciona sob várias camadas: o arco dramático do passado de Shadow – e o quanto isso foi vital para a formação de seu caráter; a comédia natural que brota a cada citação e referência feita por Sonic (seja de elementos dos jogos ou outros frutos da cultura pop) e graças à interação de avô e neto Robotnik, com Jim Carrey esfuziante em ambos os papéis.

Assim como a delicadeza com que se trata o relacionamento das figuras alienígenas com os coadjuvantes humanos – mais uma vez liderados por Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter) – que, mesmo não tendo mais tanto tempo em tela, seguem pertinentes ao mostrar a importância de se ter uma estrutura sólida em nossas vidas. Encontrar esse equilíbrio do tempo das participações faz com que o público nutra uma simpatia maior por eles.

Com duas cenas pós-créditos, indicando não só que há muito mais por vir, mas o rumo que a franquia tomará em seu próximo capítulo (já em desenvolvimento e confirmado para 2027), “Sonic 3 – O Filme” corre mais rápido e escreve seu nome entre os grandes de 2024.

por Angela Debellis

*Título assistido durante Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.

Filed in: Cinema

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