Crítica: “Vermelho Monet”

Uma viagem à mente de um grande artista que perdeu a inspiração, as cores e a graça de viver. Esse é “Vermelho Monet”.

Enxergar pelos olhos dele é uma impressão desafiadora, é entender um pouco do que está sentindo. E por que isso traz a agonia limitadora da perda da criatividade por um artista a se esvair, a se esvaziar, a se perder.

Qual o tamanho da compulsão de um pintor para alcançar a paleta ideal e perfeita? É preciso chegar ao sangue, o último tom de vermelho dessa paleta, para realização de uma obra?

Integração incrível do elenco. Papéis desafiadores para os veteranos Chico Diaz e Maria Fernanda Cândido, que presenteiam e orgulham seu público com grandes atuações.

Um pintor, Johannes Van Almeida (Chico Diaz), atormentado pela obsessão de pintar com perfeição o corpo feminino, e instigado pela paleta de vermelhos, trava sua luta pessoal e cruel para vencer a incessante imperfeição.

Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido) é uma poderosa marchand sem escrúpulos, disposta a tudo, para sair à frente no mercado de arte. E Florence Lizz (Samantha Müller), uma atriz desequilibrada emocionalmente, que precisa provar ser capaz de atuar em um importante papel.

O destino cruza os caminhos destes três personagens, onde cada um de sua forma e intensidade, suga o talento do outro para se manter firme em suas convicções, e sobreviver à maldição da vaidade.

Assistindo ao longa, cada instante gera e acumula um grau a mais de ansiedade. Para quem se envolve com a história é inevitável se perguntar em vários momentos, onde está contido o “Vermelho Monet”.

Ficar deduzindo finais para a história não é raro. A produção é um crescente sem volta, mas no seu tempo, que não é um tempo ruim para os espectadores – talvez no limite, mas sábio e conscientemente conduzido por mestres. Com surpreendente e genial desfecho, o público sairá do cinema com a sensação de que cada minuto valeu muito a pena.

Um excelente filme, com roteiro e direção de Halder Gomes, “Vermelho Monet” é uma joia inesperada para o cinema nacional.

por Carlos Marroco – especial para A Toupeira

*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela Pandora Filmes.

Filed in: Cinema

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