ATENÇÃO! O texto a seguir não contém spoilers (pelo menos fizemos de tudo para que nenhum trecho seja considerado assim).
Quando se opta por cruzar a aparente “zona de conforto criativo” que há décadas os quadrinhos em papel proporcionam – por sua óbvia facilidade em promover a invenção dos mais diversos universos, cenários e personagens – para levá-los até as sonhadas telas em suas versões cinematográficas, há de se ter em mente a grandiosidade desse desafio.
A trajetória nem sempre é fácil de ser trilhada, nem é rápido chegar até a linha que demarcará seu fim. No caso dos títulos baseados em histórias da famosa equipe conhecida como Vingadores, foram 11 anos e 22 filmes para que a Marvel pudesse entregar um resultado tão digno quanto o esperado.
“Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame), ao mesmo tempo em que faz jus a um texto com caracteres quase infinitos (com o perdão do trocadilho), não merece mais do que apenas a menção de que é sublime. Isso porque qualquer coisa dita / escrita de uma maneira equivocada pode ser caracterizada como os famigerados e pouco bem-vindos spoilers, que na concepção da grande maioria dos fãs têm o “poder” de tirar parte do brilho da experiência de assistir a algo nos cinemas.
Então, sem oferecer nenhum tipo de risco, cabe dizer que o novo trabalho dirigido por Joe e Anthony Russo é basicamente uma impecável conclusão da chamada “Saga do Infinito”, tão bem representada em um dos arcos mais aclamados da Marvel nas HQ’s. Ostentando um elenco tão grande quanto sua importância para os fiéis admiradores que acompanharam seus trabalhos prévios – capítulos fundamentais para este notável final – a produção consegue equilibrar os momentos de destaque coletivo, assim como a excelência de cada narrativa individual – feito muito bem iniciado em “Vingadores: Guerra Infinita” e magistralmente aprimorado agora.
Como se sabe desde a divulgação da sinopse oficial, o filme relata o que ocorreu após os acontecimentos vistos no capítulo anterior, quando o vilão Thanos (Josh Brolin) pôs em prática seu plano de dizimar metade das criaturas vivas. É claro que mais do que apenas narrar essa nova e inaceitável situação imposta ao mundo, o que vemos em tela é a boa e velha “jornada do herói” sendo colocada à prova das mais variadas formas e por diversos personagens em pontos cruciais – todas muito eficientes em provocar reações na plateia.
Sob a já icônica trilha sonora de Alan Silvestri, “Vingadores: Ultimato” chega ao cinema carregando a gigantesca responsabilidade de fechar o arco de maneira eficaz – além de ser o penúltimo título da chamada Fase 3 do Universo Cinematográfico Marvel – a ser concluída, segundo o presidente do estúdio, Kevin Feige, com “Homem-Aranha: Longe de Casa”, que estreia em 06 de julho no Brasil. Ainda que haja uma óbvia consciência de que parte dos espectadores poderá se frustrar com algumas tomadas de decisões primordiais para seus personagens favoritos, acreditem: é um risco calculado e que vale a pena sob todos os aspectos.
Há de se destacar a competência de Christopher Marcus e Stephen McFeely ao entregar um roteiro que consegue ter êxito em todas suas tentativas de causar emoções, sejam elas acompanhadas por (muitas) lágrimas, suspiros de alívio ou taquicardias pelas surpresas – também havendo espaço para o humor característico das produções do estúdio. É esse apanhado de sensações diferenciadas que transforma a exibição “Vingadores: Ultimato” em uma experiência fabulosa para os espectadores que esperam por bons momentos de entretenimento e em um presente repleto de camadas especiais para os fãs da franquia.
Imperdível.
por Angela Debellis