Na manhã de hoje, 18 de outubro, participamos da sessão exclusiva para imprensa e à tarde da coletiva esclarecedora sobre as expectativas da produção e elenco de “A Vida Invisível”.
À noite, acontecerá no Theatro Municipal de São Paulo a premier do filme dirigido por Karim Aïnuoz e estrelado por Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Julia Stockler e Gregório Duvivier. O longa escolhido para representar o Brasil na candidatura ao Oscar 2020 na categoria “Melhor Filme Estrangeiro” será apresentado na 43ª Mostra Internacional de Cinema.
O drama que teve sua estreia alterada para ao dia 21 de novembro – focando na campanha para o Oscar – é uma adaptação do livro de Martha Batalha “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” e retrata o amor de duas irmãs que foram separadas e tornadas “invisíveis” pelo machismo predominante nos anos de 1950, e a partir disto uma busca silenciosa e dolorosa pelo reencontro.
“Um folhetim de rasgar o coração”, foi como Karim definiu a obra. Ele também contou como foi a sensação de reconstruir a década de 1950, afirmando que quando se faz um filme de época é um pouco fabular e completou dizendo que os homens mudaram pouco de daquela época até agora.
Fernanda Montenegro foi um espetáculo à parte: cheia de elogios aos colegas de elenco, à produção e ao diretor. “O filme não é contra o macho é contra o “machão”, disparou sobre a crítica social presente no roteiro. Podemos definir o “machão” como homem opressor, machista.
Quando foi questionada sobre sua inspiração, a atriz – que completou 90 anos na última quarta-feira (16) e é referência na dramaturgia nacional – deixou claro que seu maior estímulo é estar viva. “Na minha idade ainda possuo fôlego e ainda me convidam para participar de um filme como esse, eu ainda existo”, concluiu.
Outro assunto muito comentado durante a coletiva foram os “fantasmas” que cercam o audiovisual e a cultura nesse momento. “Quando se tem pessoas mal educadas a gente contesta elas com educação e arte. O cinema não para, ele sobrevive!”, disse Rodrigo Teixeira ao mostrar seu posicionamento sobre o tema. Com um orçamento de quase 7 milhões de reais a produção contou com poucos parceiros/patrocinadores.
“A Vida Invisível” representa o grande momento que o cinema nacional vive, pois, por mais que haja contratempos e ameaças, vemos produções dos mais variados gêneros montadas de maneira excelente. “Há exuberância e diversidade, é vibrante e temos a cada ano filmes melhores e maiores criativamente”, afirmou Karim em relação às obras do nosso país.
Confira nossa Crítica Completa na data de estreia.
Crédito das fotos: Carla Mendes.
por Carla Mendes – especial para A Toupeira