Nesta terça-feira (29), estivemos presentes na coletiva de imprensa do tão aclamado filme de suspense (ou horror) de Robert Eggers, “O Farol” (The Lighthouse) que é estrelado por Willem Dafoe e Robert Pattinson – O longa faz parte da 43º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi exibido no auditório do Ibirapuera – Além do diretor, estavam presentes Dafoe e o produtor brasileiro Rodrigo Teixeira.
O clima estava muito amistoso entre os três, que não pouparam elogios uns aos outros e relataram o quão bom foi o trabalho em conjunto. Um dos primeiros questionamentos a Eggers foi referente à escolha de elenco, que de imediato disparou “Você começa escolhendo dois atores loucos”. Já Willem, disse que o mundo criado por Robert é tão preciso que ao perceber isso assistindo ao filme “A Bruxa” (The Witch) ele entrou em contato com Eggers e disse “Eu quero trabalhar com você”.
O diretor também explicou que o roteiro era muito específico, que há detalhes como alguém coçando a orelha ou lambendo papel para fazer o cigarro, tudo é meticulosamente pensado para que quando chegar o momento todos enlouqueçam dentro de “regras bem rígidas”. Palavras do próprio Eggers, que em alguns momentos deixou claro que é bem sistemático e categórico quanto ao trabalho em seus filmes.
Sobre a escolha do longa feito em preto e branco em pleno século XXI, Rodrigo Teixeira contou que ao contatar Robert para tratarem sobre a produção do filme, o diretor foi deixou bem claro que só aceitaria se o mesmo fosse gravado em preto e branco. Para captar as imagens foram usados filmes de 35mm P&B, pois somente desta forma seria possível captar a atmosfera austera do farol; também foram usadas câmeras da década de 1930.
Eggers mencionou que não se importa com a forma com que as pessoas catalogam seus trabalhos, se são ou não terror e que em seu mundo perfeito olhariam suas produções e diriam “Esse é um filme de Robert Eggers”. Mas ele entende que há necessidade de adequar a um gênero para que possam vender e até mesmo para que possamos falar sobre a obra.
A respeito de “The Lighthouse”, o diretor e roteirista disse que não sabe como definir um gênero: “O Farol não é um filme que dá medo, não é sobre isso”. Também ressaltou que o que mais o interessa são as sombras e a escuridão dentro dos seres humanos.
A obra de Robert Eggers é mais um acerto, e deve ser colocado em sua lista para assistir no ano que vem. A previsão de estreia é 02 de janeiro de 2020, mas você confere a crítica completa em breve aqui no site.
por Carla Mendes – especial para A Toupeira