Quando algo nos encanta, é certo que vamos querer mantê-lo por perto, repetir a experiência. Assim é a minha relação com o livro “O Pequeno Príncipe” (Le Petit Prince), o qual já li inúmeras vezes e que ainda permanece tocando meu coração de maneira indescritível.
Escrita em 1943 por Antoine de Saint-Exupéry, a obra francesa atingiu alto patamar de popularidade, que faz com que seja improvável que os leitores mantenham-se impassíveis diante de seu conteúdo.
A narrativa que atravessa gerações é contada por um aviador que sofre um acidente com seu avião em pleno Deserto do Saara – tal situação foi vivida de fato por Saint-Exupéry (que além de escritor e jornalista, também era aviador) em 1935 e, estima-se que tenha servido de inspiração para o livro. É neste cenário que encontra o Pequeno Príncipe do título e com ele aprenderá as mais singelas e importantes lições sobre a vida.
São inúmeras as adaptações da história ao longo dos anos, não apenas sob a forma de livros (nas mais diferentes apresentações: capa dura, capa almofadada, livro de banho, edição de bolso, para colorir, coletâneas de frases, livro quebra-cabeça etc), mas também como peças de teatro, desenhos animados, filmes e exposições. Em comum, o interesse do público em conhecer e/ou reviver a comovente trama.
Meu primeiro contato com a história aconteceu há muitos anos, ainda em minha infância. De lá pra cá, muitas obras foram compradas, releituras feitas, frases compartilhadas. E, mesmo depois de tanto tempo, a última página, com seus dois parágrafos tão familiares a mim, continua sendo a razão de incontidas lágrimas de minha parte.
A nova aquisição em minha coleção de “O Pequeno Príncipe” é uma linda versão lançada pela Editora Martin Claret. Com dimensões maiores do que o padrão (27,4cm de altura, por 20,6cm de largura), o volume ganha ainda mais evidência. Como não tem muitas páginas (134 no total), mantém a facilidade da leitura, mesmo neste tamanho diferenciado.
Além do texto base (traduzido por Herculano Villas-Boas) e das reproduções das aquarelas originais, a edição traz ainda com um valoroso apêndice contendo uma breve análise sobre a obra, uma pequena biografia sobre o autor, um texto sobre as adaptações da história para outras mídias e atividades para os leitores – que incluem questões sobre o que foi lido e propostas de reflexões pessoais (estas, excelentes para que possamos pensar ainda mais a respeito da amplitude das palavras de Saint-Exupéry).
Que nunca percamos a capacidade de enxergar com o coração.
por Angela Debellis