Direto da Toca: saiba o que esperar do jogo “Rock of Ages 3: Make & Brake”

Monty Python é um dos grupos de comédia televisiva mais famosos do mundo. Seu humor nonsense e afiado se espalha em diversas mídias, de livros a cinema, de álbuns musicais a peças de teatro. Até mesmo nos videogames, tendo quatro jogos, três deles inspirados pelos filmes. Porém, ainda que fiéis às propostas da trupe, os jogos são medianos ou muito convencionais, algo que Monty Python não é. Por sua vez, existe um jogo que é a experiência pythonesca, e não é um jogo oficial: a série “Rock of Ages” – não confundir com o musical sobre Hair Metal de mesmo nome.

Criado pelo estúdio chileno ACE – um estúdio especializado em criar jogos bem diferentes do comum, como o Beat’em’up em primeira pessoa “Zeno Clash” – o jogo segue a tradição da animação de Monty Python de usar animações que parecem mais recortes de figuras se movendo do que propriamente animações. Porém ao invés de imagens apenas do Século XIX, o jogo vai mais longe e usa arte desde a Grécia antiga até Goya e Van Gogh.

Além disso, a trama também tem inspiração no nonsense de Python: o primeiro jogo segue Sísifo, que cansado de ficar preso no Tártaro, eternamente levando sua rocha ladeira acima, e sempre ela rolando ladeira abaixo, decide usá-la como aríete e derrubar as portas do submundo, e fugir levando sua amiga pedregosa junto.

A partir disso o grego enfrenta em sua fuga todo tipo de personalidade histórica, como Leônidas, a Peste Negra em pessoa, e Napoleão, tudo com muito bom humor e referências à cultura pop.

No segundo jogo, assumimos o papel de Atlas, que cansado de carregar a Terra, acaba por pegar a pedra de Sísifo no lugar do mundo ao tentar fugir de Zeus, e tem uma saga enfrentando ainda mais personalidades históricas, tanto vivas quanto figurativas.

Este ano, a série chega ao seu terceiro título, “Rock of Ages 3: Make & Break” o qual tive a oportunidade de testar o Beta, e posso afirmar que o jogo não deixa nada a desejar em relação a seus antecessores.

Em primeiro lugar, a história é tão ‘ridícula’ quanto as dos anteriores: Ulisses, em sua Odisseia para retornar ao lar, acaba preso na ilha do ciclope Polifemo, e o pior, na caverna do enorme ser. Para fugir, o herói tem a genial ideia de juntar as ovelhas numa enorme bola, e lançá-las ladeira abaixo para derrubar a porta, que não é ninguém mais ninguém menos que a Rocha, a amiga de Sísifo e Atlas.

Durante esta fuga épica, eles acabam por ferir o olho do monstro, que arremessa acidentalmente a porta de sua caverna no navio de Ulisses, e depois vai pedir a seu pai, Poseidon, que puna os heróis – o que os joga em uma jornada através do tempo e do espaço, enfrentando personagens célebres e infames.

O jogo traz personagens históricos desde os mais conhecidos, até alguns que dificilmente se escuta falar. Dentre eles, temos o infame monge russo Rasputin, o último imperador asteca Montezuma, a rainha pirata chinesa Ching Shih, o conquistador mongol Genghis Khan, até mesmo a enorme baleia branca Moby Dick, além de muitos outros que virão com a versão finalizada. Todos eles por um motivo ou outro acabam do outro lado da ladeira, na direção de sua rocha.

A jogabilidade se mantém fiel às edições anteriores, com você lançando a Rocha ladeira abaixo, e destruindo tudo em seu caminho, sem que ela se desmonte, além de construir defesas para defender-se de quando seus inimigos fazem o mesmo. Os modos de jogo são os mesmos, no Beta, no entanto, há um grande foco no Time Trial, em que você joga uma bomba no lugar de uma rocha, e deve alcançar a fortificação inimiga antes do fim do tempo, e no Boulderskee, uma corrida de obstáculos contra outra rocha.

Os controles são basicamente os mesmos desde o primeiro: simples, porém para alcançar a maestria é necessário treino. Ainda assim, “Rock of Ages 3: Make & Break” consegue trazer algumas melhorias tanto na física das rochas, quanto nos próprios controles, que permitem uma jogabilidade melhor.

Outra coisa notável são as opções de customização: com a possibilidade de modos online, o jogo traz um grande foco na alteração de avatares, de pinturas na rocha e até mesmo na possibilidade de criar um estandarte para o jogador.

Porém o pináculo da customização vem em um dos modos de jogo que faz parte do título: “Make”. Trata-se de um editor de fases que permitem ao jogador criar, editar e publicar seus próprios níveis. Os controles deste modo são interessantes, no entanto falta um pouco de polimento, sendo que algumas funções são complicadas se usadas no mouse e teclado, e outras no joystick. Acabei por alternar entre os dois continuamente para criar minha fase, porém creio que isso seja uma questão de ser versão Beta.

Ainda no assunto dos problemas que creio serem problemas da Beta, há alguns bugs menores, como áreas que falham em registar o impacto da rocha e algumas desacelerações, mas que claramente serão corrigidos para a versão final. E se tratando de um jogo que não é da Bethesda, me parece que eles não vão esperar que os modders corrijam os problemas.

Em suma, “Rock of Ages 3: Make & Brake” faz jus aos seus antecessores, mantendo a qualidade da jogabilidade, trazendo novos elementos, e tendo uma história cada vez mais louca. O lançamento do jogo está marcado para o dia 02 de junho e estará disponível para Pc – através do Steam –, Xbox One, Nintendo Switch, e Playstation 4.

por Ícaro Marques – especial para A Toupeira

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