“Gabriel e a Montanha”, de Fellipe Barbosa, fez sua estreia mundial no último domingo, 21 de maio, durante a programação da Semana da Crítica, prestigiada mostra paralela do Festival de Cannes, na França. A primeira exibição no Espace Miramar terminou com aplausos e emoção do público.
Com previsão de estreia nos cinemas brasileiros no segundo semestre, a obra tem produção da TvZERO, da Gamarosa Filmes & Damned Films. Uma cena inédita que acaba de ser liberada (clique aqui) mostra Gabriel (João Pedro Zappa) recebendo de presente uma sandália fabricada por amigos africanos.
A trama recria a viagem do carioca Gabriel Buchmann pela África após se formar em economia. Ele viajou para o país com o objetivo de analisar de perto a pobreza e se qualificar para um doutorado em políticas públicas na UCLA.
A história real tem roteiro baseado em anotações, e-mails para a mãe e a namorada e entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África. Gabriel morreu, em 2009, de hipotermia após decidir subir o Monte Mulanje, pico mais alto do Malawi com mais de três mil metros de altitude, sem a companhia de um guia. Seu corpo foi encontrado dias depois na subida da montanha.
Na viagem, também passou por países como Quênia e Tanzânia, sempre preocupado em conhecer as particularidades das comunidades locais, como a tribo dos Massais. Ele gastava entre dois e três dólares por dia e chegou a ajudar amigos que fez nessas regiões, pagando o aluguel mensal da casa de uma família africana com somente 12 dólares.
Ao longo da viagem, Gabriel, interpretado por João Pedro Zappa, se aventura por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre políticas públicas e, juntos, viajaram pela Tanzânia e Zâmbia. O principal objetivo do pesquisador era avaliar a miséria de perto.
Este é o segundo longa-metragem de ficção dirigido por Fellipe Barbosa, que esteve à frente do elogiado “Casa Grande” (2014), ganhador do prêmio do público no Festival do Rio. Na competição de longas-metragens, a Semana da Crítica do Festival de Cannes tem a tradição de selecionar cineastas com seus primeiros ou segundos longas.
Neste ano, o presidente do júri da mostra paralela é o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, que tem a missão de entregar o Grande Prêmio a um dos sete filmes em competição na Semana da Crítica, assim como o prêmio Revelação e o Discovery, este para melhor curta-metragem. Desde 1962, já participaram da Semana da Crítica cineastas como Bernardo Bertolucci, Alejandro González Iñárritu e Guillermo del Toro.
da Redação A Toupeira