Crítica: “A Comédia Divina”

Popularidade é algo fundamental para a ‘sobrevivência’ de boa parte das pessoas nos dias atuais. Estar em alta entre os assuntos das redes sociais é quase uma obrigação para quem busca êxito nas mais diversas áreas.

É em cima dessa absurda, porém verdadeira constatação, que a trama de “A Comédia Divina” se desenrola. Livremente baseado no conto “A Igreja do Diabo” de Machado de Assis – publicado em 1884 no livro “Histórias sem data” – o longa nacional tem como protagonista o Diabo (Murilo Rosa) que se vê esquecido e até mesmo ridicularizado pelos humanos que não o veem mais como uma ameaça.

Para reverter o quadro, ele tem uma ideia incomum: fundar sua própria igreja, que como é de se esperar, vai pregar o contrário do visto na rotina das igrejas “tradicionais”. No lugar do vinho, refrigerante; ao invés da hóstia, hambúrgueres. Tudo levado ao exagero, inclusive o “sermão” que defende o ato de se cometer os pecados capitais de maneira natural.

Para alavancar o empreendimento, o Diabo vai contar com a providencial ajuda de Raquel (Mônica Iozzi), uma repórter que aceita de bom grado o famigerado pacto para ter sucesso em sua agora meteórica carreira na televisão. Promoção no trabalho, indicação a prêmio, reconhecimento do público, do dia para a noite, não existe limite para a jovem.

Enquanto as coisas literalmente estão fervendo aqui na Terra, Deus (Zezé Motta) mantém uma calma impecável pelos lados do céu. Com um cenário claro e ambiente amplo (contrário à representação do Inferno, que conta com uma proposital poluição visual), as cenas passadas no salão divino são de encher os olhos. Destaque para os belíssimos aquários que compõem as paredes.

Vale ficar atento a detalhes que fazem toda a diferença, como as alterações nas roupas de Raquel, que, conforme aumenta seu envolvimento com o Diabo, tornam-se mais chamativas e primam por vermelho e suas nuances. E para as faixas exibidas pelo público que acompanha um reality show em certo momento do longa.

O filme que ainda conta com Dalton Vigh (no papel do apresentador televisivo, Mateus) e Thiago Mendonça (como bom moço / ex-namorado / atual colega de trabalho de Raquel, Lucas), chega aos cinemas três anos após o encerramento de sua produção e é uma pedida bem bacana para quem procura por diversão.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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