Crítica: “Como eu era antes de você”

Como eu era antes de você pôster Crítica“Amar pode doer… Amar pode doer às vezes, mas é a única coisa que eu sei. Quando fica difícil (você sabe que pode ficar difícil algumas vezes), é a única coisa que nos faz sentir vivos”.

Essa tradução de um trecho da canção “Photograph”, do cantor britânico Ed Sheeran, é a mais perfeita definição da trama de “Como eu era antes de você” (Me before you). Por isso mesmo, a escolha da faixa para a trilha sonora é um dos (muitos) acertos do filme.

A produção da Warner Bros. é baseada no best-seller homônimo de Jojo Moyes, que também assina a adaptação do roteiro, sob a direção de estreia de Thea Sharrock.

O longa se passa numa pequena cidade da Inglaterra, onde, por seu excesso monotonia, o tempo parece passar de maneira diferente das grandes metrópoles atuais. Esse é o lar dos protagonistas, cujas histórias de vida são tão ímpares que provocam a sensação de que estão em mundos diferentes – o que, financeiramente falando é a mais pura verdade.

Louisa Clark (Emilia Clarke), ou apenas “Lou”, é uma garota encantadora em suas atitudes que, após perder o emprego de atendente em um aconchegante café – cujos clientes eram basicamente idosos, que encontravam nela a atenção há tempos perdida – busca outra ocupação imediata, a fim de que possa ajudar a família que passa por grandes problemas financeiros.

Will Traynor (Sam Claflin) é um rapaz de família rica – entenda-se: mora em um castelo de verdade -, bem sucedido em todas as áreas, que após um acidente há pouco mais de dois anos, ficou tetraplégico e cujos pais procuram por uma cuidadora, na esperança de reencontrar algum tipo de motivação na vida do filho.

E o que no início mostra-se um grande erro – uma vez que o diálogo grosseiro e repleto de sarcasmo de Will é exatamente o oposto do que define a figura de Lou (com sua simpatia cativante e roupas coloridas) – acaba dando o tom exato à trama. Ver como a convivência dos dois amadurece e se modifica através de cada pequeno gesto é algo de encher os olhos (de expectativa e lágrimas).

Os maiores destaques estão justamente nos menores detalhes: na decisão de ir a um concerto de música clássica, em um inesperado presente de aniversário repleto de significado, nas conversas francas que, assim como o amor, podem ferir, mas se mostram tão necessárias.

Porém, apesar de todo clima criado no decorrer da produção, não há um final de contos de fadas, nem mesmo uma resolução mágica para o casal. A decisão por se manter o desfecho apresentado no livro acabou causando certa “polêmica”, que, mesmo já sendo esperada, pode provocar estranheza entre os que têm pensamentos e opiniões contrários.

Ao término da exibição, vi diversas reações entre os espectadores e, muito provavelmente fui a que mais chorou na sala de cinema (o que para quem me conhece, não chega a ser grande novidade). Acredito que a maneira como o filme vai tocar o público dependerá muito da bagagem emocional que cada pessoa carrega.

Mas, no final das contas, não é preciso muita coisa para se comover, deixar levar pela história. Basta ter coração.

Imperdível.

por Angela Debellis

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