Crítica: “Jornada da Vida”

Seydou Tall (Omar Sy) é um senegalês que mora na França. Ator famoso, casado, mas separando-se. Dessa união ele tem um pequeno filho, Nathan. Além de atuar, Seydou fez algum sucesso com um livro e, por isso, é convidado a voltar a seu país, para ser homenageado.

Aceita o convite e, nos momentos prévios à viagem, sua ex-mulher lhe informa que o filho está doente e não poderá ir. Muito desapontado, ele decide viajar sozinho.

Paralelamente, em Kanel, uma pequena cidade do interior do Senegal, há um menino chamado Yao (Lionel Louis Basse) que conhece o ator e sabe que está por chegar de visita. É um leitor apaixonado desse livro e, junto com alguns amiguinhos, prepara seu encontro com ele. Finalmente, sai sozinho para Dacar, a capital – distante 387 quilômetros de onde mora.

Após algumas peripécias, ambos acabam conhecendo-se e fazem juntos uma viagem de retorno a Kanel. O espectador de “Jornada da Vida” (YAO) também fará esse percurso, pleno de experiências em meio a uma paisagem tipicamente africana: árida, quente e, por momentos, desoladora.

Porém, a presença de árvores muito peculiares e do mar darão um caráter bastante poético ao relato e às imagens. Também há um tom geral muito humano, cordial. Nesse sentido, há um permanente reforço musical, com diversos temas criados por um autor identificado nos créditos apenas como “M” (que outras fontes nomeiam como Matthieu Chedid).

Além disso, o filme dá um amplo panorama sobre a forma de vida, os costumes dos habitantes (incluindo relações afetivas, amorosas, sexuais), suas crenças religiosas, muito relevantes na vida social e pessoal, etc. Embora seja uma produção francesa, parece ser africana porque quase todo se passa nesse continente.

Há algumas observações citáveis. Por exemplo: o menino, percebendo o modo de atuar do adulto, lhe diz: “Você é uma pessoa que sabe o que faz”; em outro momento lhe é apontado: “Você pensa como um homem branco”; e Seydou cita outro autor senegalês: “O destino é Deus que viaja escondido”.

Simples como o resumo que acabamos de fazer, “Jornada da Vida” agradará àqueles espectadores que gostem de personagens, situações, e ambientações diferentes daquilo que se assiste habitualmente nas salas de cinema, na TV ou no formato streaming.

Com esses requisitos básicos, resulta interessante.

por Tomás Allen – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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