Crítica: “Parque do Inferno”

Em 1981, foi lançado um filme de terror – sob a direção do já falecido diretor Tobe Hooper – chamado “Pague para entrar, reze para sair” (The Funhouse), que tinha como protagonistas um grupo de jovens – sempre eles.

Os personagens presenciavam um assassinato cometido dentro da atração que simulava uma casa mal-assombrada em um parque de diversões e passavam a ser perseguidos pelo criminoso (um homem que usava uma máscara de Frankenstein). E este se tornou um de meus títulos favoritos do gênero.

Quando vi a sinopse de “Parque do Inferno” (Hell Fest), pensei de imediato que seria uma nova versão do longa dos Anos de 1980, mas, ainda que as histórias sejam bem semelhantes, a maneira de apresentá-las é totalmente diferente.

No filme dirigido por Gregory Plotkin, também há um grupo de adolescentes, com aquelas figuras quase padronizadas nesse tipo de produção: a garota que fica envergonhada diante da naturalidade com que sua melhor amiga encara assuntos de cunho sexual; o rapaz de boa índole que será a figura desejada pela mocinha tímida; a menina descolada – nem sempre querida por todos à primeira vista – que consegue agitar todos ao seu redor.

Com os elementos clássicos em mãos, a trama se desenvolve dentro do ambiente em que se passa uma o festival, o tal Hell Fest que dá nome ao filme, e que seria uma variação bem maior daqueles que os parques de diversão oferecem em época de Halloween, com direito a muita decoração de qualidade duvidosa e atrações que não chegam a assustar de verdade.

O que mais impressiona é o fato de que há um assassino real entre as dezenas de pessoas comuns presentes ao evento. Com sua máscara sem expressão (do personagem conhecido como “O Outro”), ele parece ter uma obsessão pelo Dia das Bruxas, já que dois anos antes tinha executado outra garota em uma festa do mesmo tipo. Mas, para fazer jus ao título de protagonista de um longa slasher, ele não demonstra ter nenhum tipo de critério pré-estabelecido, a não ser, decidir na hora quem será sua vítima (ou, nesse caso, vítimas).

Flertando claramente com o gore, há cenas explícitas com uso de muito sangue e artefatos cenográficos, o que, se não contribui para o aumento do susto, é um ótimo elemento para criar incômodo entre os espectadores mais sensíveis.

O final (surpreendente e em aberto) parece ter a intenção de provocar uma espécie de reflexão inesperada e, para se ter alguma simpatia por ele, é preciso enxergá-lo dessa maneira – ainda que quando sobem os créditos finais, possa ficar a sensação de faltou algo mais incisivo para se concluir a história.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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