Crítica: “Casal Improvável”

É mês dos namorados e o amor está no ar com essa comédia que ilustra muito bem as relações pessoais e amorosas no ambiente de trabalho, e como o fato de ser uma pessoa pública pode interferir radicalmente nas escolhas que tomamos.

Dirigido por Jonathan Levine, “Casal Improvável” (Long Shot) conta a história do jornalista Fred Flarsky (Seth Rogen), que decide se demitir do jornal onde trabalhava após ocorrer mudanças na diretoria do local.

Para esquecer os problemas, ele vai a uma festa com seu amigo Lance (O’Shea Jackson Jr.), onde encontra sua antiga babá Charlotte Field (Charlize Theron), que agora é Secretária de Estado americano, e futura candidata à presidência dos EUA. Charlotte então decide contratar Fred para redigir os discursos de suas campanhas, no entanto, o clima entre eles ultrapassa as relações profissionais.

O longa é cheio de referências a respeito das polêmicas que estão inseridas em nossa sociedade, como o machismo: todas as vezes que a Secretária de Estado apare publicamente ou realiza um discurso, os apresentadores de um programa de tv a depreciam, tacham-na com adjetivos fúteis como se ela apenas tivesse beleza e não competência para realizar o seu trabalho. Outra questão é o patriarcalismo, já que em diversos momentos Charlotte é pressionada a desistir das propostas que apresentava em sua campanha, porque não agradava a alguns representantes com cargos acima do seu – em sua totalidade homens.

Quando pensamos em relações midiáticas, pensamos em algum tipo de interesse, imagem, boa reputação, entre outras coisas. Sabemos que qualquer fiasco pode ser crucial para manchar a imagem de alguém e a futura candidata à presidência também sofre com este tipo de assédio causado principalmente pelos apresentadores de tv, além de chantagens realizadas pelo presidente de uma empresa que almejava a queda da candidata. O filme também debate assuntos como o preconceito e a intolerância política e religiosa.

A produção surpreende por ser uma comédia romântica diferente das que estamos acostumados, ter diálogos bem elaborados, fugir um pouco do famoso clichê – a única obviedade nesse tipo de comédia é que o casal vai ficar junto, mas o percurso até esse caminho é muito bem construído, são personagens que têm altos e baixos tanto na vida pessoal, quando profissional, igual a qualquer outra pessoa.

Charlize Theron e Seth Rogen fazem o par perfeito: os atores têm uma química muito grande, e seus personagens transmitem uma conexão bem bacana, daquele tipo que faz a gente torcer pelo relacionamento. A música escolhida para embalar o romance do casal foi “It Must Have Been Love” – grande sucesso da dupla de pop rock sueca Roxette, o que dá um ar nostálgico ao longa e que deve deixar grande parte da plateia apaixonada pela vivência dos protagonistas.

por Victória Profirio – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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