Não costumo me importar com opiniões alheias, quase em momento nenhum. Mas na saída da Cabine de Imprensa de “Esquadrão Suicida”, alguns ‘mimimis’ em especial me chamaram a atenção e quis compartilhá-los com vocês.
- “Ah, mas o filme tem o visual muito colorido e quer se mostrar sombrio”: É bastante improvável que, depois da enxurrada de artes, pôsteres, trailers e vídeos divulgados antes da estreia, alguém ainda esperasse um cenário no estilo Art Nouveau como base visual da trama. E, se ele quer mesmo se mostrar “sombrio” (tem gente que gosta de usar essa palavra para tudo, depois da trilogia do Homem-Morcego de Christopher Nolan), melhor parar de escrever aqui, porque acho que devo ter entrado na sala de projeção errada.
- “O roteiro parece uma colcha de retalhos”: É claro que com a popularização cada vez maior dos filmes de heróis, a tendência é que novos personagens acabem chegando às telonas. Novos, em termos de cinema, porque muitos já são nomes conhecidos das HQ’s (talvez o exemplo de sucesso mais recente foi o para mim, superestimado, “Deadpool”). No caso de “Esquadrão Suicida”, nada mais certo do que apresentar cada um de seus membros, de maneira didática mesmo, porque a grande maioria do público não tem obrigação de saber de imediato quem é Amarra, El Diablo ou Rick Flag (mesmo que depois eles se mostrem interessantes no contexto).
- “O filme se prende demais às figuras de Arlequina e Coringa”: Pense que você é organizador de um Festival de Música que contará com um cast bastante diversificado e de qualidade, mas haja duas bandas que nitidamente serão o chamariz para que o público compre os ingressos e acabe conhecendo os demais músicos. Quem você colocaria em destaque na programação? Tcharã!
- “Foi muita expectativa para pouco Coringa”: Lá vamos nós de novo falar de quem curte filmes de heróis, mas não conhece suas histórias pregressas nos quadrinhos. O Coringa é protagonista de muita coisa legal nas revistas (inclusive da icônica “A Piada Mortal” que acaba de ganhar uma animação magistral), mas no caso da formação do tal Esquadrão, ele não é um membro ativo, por uma simples razão: Quem, nesse mundo de 7 bilhões de pessoas, seria louco o suficiente para imaginar que conseguiria controlar o Príncipe Palhaço do Crime, sob qualquer circunstância ou ameaça? Amanda Waller é muito sagaz para se deixar levar por esse delírio de poder, amiguinhos.
- “O filme parece um grande videoclipe”: Pegue uma trama que necessariamente precisa ser agitada/alucinada/frenética. Junte a ela, personagens que jamais funcionariam em grupo, se não houvesse certa eletricidade entre eles. Para finalizar, escolha a dedo uma trilha sonora, cujas letras e melodias casam de maneira incrível com as situações. Resultado: Um grande, divertido e eficiente filme/videoclipe de 2h10.
Tá, mas e aí? No final das contas, o filme é legal? Para saber o que a gente achou, leia nossa Crítica Completa que sai na quinta-feira, 04 de agosto, quando acontece a estreia nos cinemas. Mas, independente de qualquer coisa que já tenha lido/ouvido ou vá ler/ouvir, vá conferir por si mesmo. Nenhum crítico pode ser mais adequado às nossas expectativas do que nós mesmos!
por Angela Debellis