“Coringa: Delírio a Dois” – sequência do aclamado filme de 2019, “Coringa” – já está em cartaz nos cinemas brasileiros e continua a explorar a história de um dos vilões mais icônicos da cultura pop.
Nesta nova trama, a personagem Arlequina, interpretada por Lady Gaga, se junta a Coringa, juntos, eles sofrem com um transtorno psiquiátrico raro, que dá nome ao filme: “Folie à Deux”.
O que é Folie à Deux?
Folie à Deux é um termo francês que significa “Loucura a Dois” e se refere a um transtorno psiquiátrico considerado raro em que duas pessoas compartilham a mesma ilusão ou delírio.
Esse tipo de psicose costuma ocorrer em relacionamentos muito próximos, como entre casais, irmãos ou amigos íntimos, que possuem contato direto e constante por algum tempo, onde uma pessoa influencia a outra a adotar suas crenças irracionais.
Em geral, uma das pessoas é mais suscetível à manipulação de outra que tem mais poder sobre a outra e “transmite” o delírio a ela.
Ainda não se sabe exatamente como o transtorno surge, mas há hipóteses de que ele tenha relação com os chamados “neurônios espelho”, células responsáveis por refletir o comportamento e as emoções dos outros.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico de Folie à Deux é, em geral, clínico, baseando-se na observação de sintomas, análise do histórico e da situação a qual os pacientes estavam expostos, além da avaliação psiquiátrica individual.
Já o tratamento do transtorno é feito basicamente pela separação dos pacientes e o acompanhamento individual, a depender da gravidade da situação podem ser usadas várias estratégias, desde a própria psicoterapia ao uso de medicamentos antipsicóticos.
É possível prevenir?
A prevenção se baseia principalmente em ter atenção a situações de alta proximidade por períodos prolongados com pessoas com características manipuladoras ou com as quais haja uma relação de submissão e dependência emocional. Também é indicado evitar o isolamento social e relações de dependência.
Os desdobramentos da dependência emocional
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o transtorno mostra os extremos que podem ser causados pela insegurança e dependência emocional de outras pessoas.
“Essa ‘personalidade de cópia’ está profundamente ligada à insegurança emocional, onde o indivíduo busca conquistar ou ser aceito pelo outro, muitas vezes suprimindo sua própria identidade. A ativação exagerada dos neurônios espelho – responsáveis por simular um comportamento observado – em pessoas com baixa autoestima pode intensificar esse processo de imitação, facilitando a adoção de crenças irracionais”, declara DR. Fabiano.
“A dependência emocional e insegurança de divergir está na raiz do problema, que nesse caso é levado ao extremo da psicose, no entanto, serve de alerta para a importância de combater esses problemas logo no seu início”, alerta.
da Redação A Toupeira