Crítica: “A Maldição: Despertar dos Mortos”

Quando pensamos em zumbis, a visão tradicional mostrada em filmes, séries, livros e HQ’s no remente à imagem de alguém que transita entre e a vida e a morte e, por isso mesmo, acaba não se encaixando em nenhuma característica definida desses dois mundos: eles andam, mas seus movimentos são lentos e pouco coordenados. Eles atacam, mas, com um pouco de habilidade, não são tão difíceis de serem abatidos.

Embora essa seja a versão “clássica”, há algum tempo, já é possível encontrar tais figuras sob uma representação que pode ser ainda mais assustadora para parte do público que consome esse tipo de conteúdo: os personagens continuam no limbo – nem mortos, nem vivos – mas agora altamente velozes, com uma resistência muito maior (incluindo, em alguns casos, uma incrível capacidade de regeneração) e até mesmo com certo nível de raciocínio, o que significa que seu grau de letalidade avançou algumas casas.

É o que vemos em “A Maldição: Despertar dos Mortos” (Jaechaui / The Cursed), co-produção Inglaterra / Coreia do Sul dirigida por Kim Yong-wan, que chega aos cinemas brasileiros como um spin-off da série televisiva sul-coreana “The Cursed”, que mescla suspense, drama e terror.

A trama se passa ao redor do mistério envolvendo a morte de um executivo de uma poderosa indústria farmacêutica de Seul. O assassinato – visto logo no início do longa – é praticado por um homem que, logicamente pensando, nem mesmo poderia estar no local, já que descobre-se ter sido dado como morto três meses antes de tal acontecimento.

O que atrai a atenção de Lim Jin-hee (Uhm Ji-won), repórter investigativa que tem forte predileção por fenômenos paranormais. A participação da protagonista ganha ainda mais importância após a ligação de alguém que afirma ser o responsável pelo crime, e avisa que mais três homicídios acontecerão nos próximos dias, a menos que o presidente da tal indústria faça um convincente pedido de desculpas público.

Tal solicitação se deve ao fato da empresa ter realizado testes ilegais com uma toxina que levou dezenas de pessoas a óbito e que agora estão de volta para se vingar. A explicação para esse retorno? A boa e velha feitiçaria, cujos esclarecimentos relevantes estão entre as coisas mais bacanas do filme.

Por mais que possa não fazer muito sentido quando contado assim, acredite: zumbis (aqui chamados de jaechaui) e elementos de magia têm tudo a ver. Isso fica cada vez mais claro, à medida que a história escrita por Yeon Sang-ho avança e podemos acompanhar as ações (e motivações) do exército de mortos-vivos, com todos os bem-vindos exageros das cenas de ação – em sua grande maioria, muito bem executadas. Inclua-se ao pacote, a sequência envolvendo uma perseguição liderada por táxis, vista em partes no trailer oficial.

Algumas coisas são mais óbvias, outras permanecem intrigantes até os momentos derradeiros e o resultado é que “A Maldição: Despertar dos Mortos” é uma obra surpreendente, rica em detalhes e que consegue manter o interesse do espectador do início ao fim.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Diamond Films.

Filed in: Cinema

You might like:

“Master Maestros III – Time To Love On Christmas” comemora o Natal no Teatro Liberdade “Master Maestros III – Time To Love On Christmas” comemora o Natal no Teatro Liberdade
Crítica: “O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim” Crítica: “O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim”
Crítica: “Calígula: O Corte Final” Crítica: “Calígula: O Corte Final”
Direto da Toca: Conhecemos o estande do Prime Video na CCXP 24 Direto da Toca: Conhecemos o estande do Prime Video na CCXP 24
© AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.