Crítica: “A Morte te dá Parabéns 2”

Se em 2017 o final aparentemente fechado de “A Morte te dá Parabéns” deixou várias perguntas sem respostas para trás, sua continuação chega aos cinemas e cumpre a missão de elucidá-las de maneira surpreendente e fora do convencional.

A trama de “A Morte te dá Parabéns 2” (Happy Death Day 2U) começa no ponto exato em que seu precursor terminou, mas dessa vez, a história é inicialmente contada/ vivida pelo jovem Ryan (Phi Vu), que ganha muito mais importância e visibilidade do que apenas as pontas que fez no outro longa da franquia. Assim como Tree (Jessica Rothe), o estudante também vê seu dia reiniciado no momento em que o tal assassino da estranha máscara de bebê o ataca.

Logo uma justificativa para tal fato é oferecida ao público: Ryan e mais dois colegas de faculdade Sumar e Dre (Suraj Sharma e Sarah Yarkin, respectivamente) criam uma máquina – a qual denominam “Sísifo” (“Sissy” para os íntimos) em clara homenagem à trajetória do personagem homônimo na mitologia grega – que visa provar ser possível alterar a velocidade normal da passagem de tempo. Mas, algo dá errado e o equipamento se torna o culpado direto tanto pelo looping temporal visto no primeiro filme, quanto por esse no qual Ryan se vê preso agora.

Após um acidente provocado pela irracionalidade do reitor da faculdade, o trio de jovens cientistas, Tree e Carter (Israel Broussard) tornam-se vítimas de mais uma reação inesperada da máquina e vemos o relato sob outro ponto de vista, pelo qual a narrativa volta a se passar no dia anterior, ou seja, na data em que se acontece a história do capítulo anterior. Só que dessa vez as coisas não ocorrem da mesma maneira e caberá a Tree descobrir novos / espantosos fatos para tentar se livrar mais uma vez dessa rede de rotina infinita.

Além de alterações gritantes – como a inversão de caráter de Danielle (Rachel Matthews), que deixa de ser a arrogante da turma, para se tornar alguém que se preocupa com o próximo -, nesta “realidade paralela” para a qual Tree é levada, há um divisor de águas nas decisões que ela precisará tomar e que é o centro das sequências mais emocionais do filme – as quais até fogem um pouco do tom apresentado, mas que cabem na proposta geral.

O gênero comédia ganha ainda mais força no momento em que, para agilizar o processo de “reinício do dia”, a protagonista começa a tirar a própria vida das maneiras mais diversas e inusitadas possíveis, como saltar de um avião sem paraquedas, vestindo apenas roupas íntimas (em cena vista no trailer oficial da produção).

Ainda que não veja como necessária, a verdade é que esta continuação dirigida e roteirizada por Christopher Landon é uma boa pedida para quem procura por diversão descompromissada. Com menos sustos e mais ação – além de uma boa dose de ficção científica -, o longa surpreende e consegue aumentar o nível de qualidade de seu antecessor.

Vá para os cinemas! E aguarde, porque tem cena adicional bem importante para o futuro da franquia durante os créditos.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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