Uma das estreias legais da semana é A Mulher Invisível, produção nacional que traz como tema os inevitáveis foras que tomamos no decorrer da vida.
Selton Mello está muito confortável no papel de Pedro, um dedicado marido que leva flores para a esposa (Maria Luisa Mendonça) e em troca recebe a improvável constatação de que seu casamento foi por água abaixo. “A mulher de sua vida” o trocou por um alemão.
Após três de meses da mais genuína depressão masculina (entenda-se caixas de pizza e roupas espalhadas por todos os lados), surge uma luz no fim do túnel, ou melhor, uma mulher na porta de seu apartamento: Amanda (papel de Luana Piovani), a nova vizinha, pede uma xícara de açúcar – nada original, mas ainda funciona! – e imediatamente torna-se o mais novo objeto de desejo de Pedro.
E ela é bem mais do que uma ‘carinha bonita’ à primeira vista: cozinha, faz faxina, é boa de cama, adora futebol e está sempre pronta para satisfazer qualquer desejo de seu companheiro. O sonho (ou o pesadelo) de muita gente por aí.
Mas, sejamos sinceros: em termos gerais, na vida real – fora das telas de cinema -, mulheres não costumam fazer faxina apenas de lingerie, com uma expressão de contentamento e esperando o marido com um copo de suco de tomate.
Outros personagens são igualmente bem colocados: Vitória (Maria Manoella), a vizinha real, que nutre uma paixão platônica por Pedro; Carlos (Vladimir Brichta), colega de trabalho, melhor amigo e péssimo conselheiro sentimental; e Lúcia (Fernanda Torres), a tresloucada irmã de Vitória, que não tem meias palavras quando o assunto é relacionamento humano.
Destaque para a cena em que Pedro e Amanda vão ao cinema e para o momento em que ele descobre a verdade e passa a discutir com o ar – literalmente – em sua sala.
Vale conferir!
por Angela Debellis