Crítica: “Anatomia de uma Queda”

Filme policial que responde às características desse gênero: tem um fato delitivo, que pode ou deve ser pesquisado por algum tipo de investigador, com circunstâncias duvidosas, pistas verdadeiras ou falsas e personagens que, também, podem ser inocentes (“bons”) ou culpados, total ou parcialmente, etc.

O enigma do acontecido para o espectador preside o relato e, aos poucos e principalmente no final, irão se conhecendo o/s culpado/s. Eventualmente, pode aparecer um herói ou similar (detetive ou outro personagem). Acrescentando e resumindo o anterior: crime, mistério, perseguição, deveriam estar presentes.

No caso de “Anatomia de uma Queda” (Anatomie d’une Chute / Anatomy of a Fall), a pouco de começado, começam a aparecer alguns desses elementos. O relato refere que um matrimônio constituído por Sandra Voyter (Sandra Hüller) e Samuel Maleski (Samuel Theis) moram numa casa no meio das montanhas, nesse momento em meio de muita neve. Eles têm um filho, Daniel (Milo Machado Grane), de 11 anos de idade, e com cegueira ocasionada por um atropelamento acidental de um veículo.

Como Sandra é uma pessoa com alguma fama, é entrevistada pela jornalista Zoé Solidor (Camille Rutherford), porém, o diálogo é interrompido com música a alto volume, de uma maneira pouco elegante e, eventualmente, problemática. A jornalista vai embora e a produção toma outros caminhos.

O fato central é que Daniel, após um passeio com seu cachorro, descobre o pai jogado na neve, imóvel e em meio ao sangue. Está morto, após ter caído da parte superior da casa. Chega a ambulância e a polícia e começam as dúvidas sobre o acontecido, provavelmente, um assassinato e a esposa a culpada.

Sandra chama o advogado Vincent Renzi (Swann Arlaud), um antigo conhecido, a fim de conversar sobre o sucedido e para que, depois, faça sua defesa no processo judicial. O que, efetivamente acontecerá, defrontando-se a um julgamento judicial.

Esta é a base inicial do relato. Em uma segunda instância, o processo vai dar lugar a análises periciais, que resultam muito interessantes. Antoine Reinartz (como o fiscal acusador) e Anne Rotger (presidente do Jury), assim como os atores e atrizes já mencionados, em geral, têm boas interpretações sob a direção de Justine Triet.

Continuando com a trama: depois virão outros peritos e aparecerão materiais complementares que darão novas perspectivas não só e propriamente à queda, mas aos vínculos afetivos dos esposos. Este último elemento – as relações entre as pessoas, da família e dos próximos – passa a ser o novo eixo da história. E, depois de algumas reviravoltas, o longa vai terminar.

Não seria adequado a uma realização policial desvendar nada, nem sequer dar opiniões, pois, facilmente poderia cair-se em spoilers. Por isso, preferimos a discrição e, sobretudo, deixar que o espectador julgue com seus próprios critérios.

Isso sim, vamos lembrar que, entre outros prêmios, “Anatomia de uma Queda” ganhou a Palma de Ouro em Cannes, dois Globos de Ouro e agora, entre cinco nomeações, também concorre ao Oscar de Melhor Filme.

por Tomás Allen – especial para A Toupeira

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Diamond Films.

Filed in: Cinema

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