Crítica: “Atômica”

Uma serial killer condenada à morte. Governante em um reino dominado pelo gelo. Imperatriz em um mundo pós-apocalíptico. Terrorista tecnológica num universo de velocidade. A versátil camaleoa Charlize Theron está de volta aos cinemas em seu novo trabalho, “Atômica” (Atomic Blonde), baseado na graphic novel “The Coldest City”, de Antony Johnston e Sam Hart.

Dessa vez, sob a direção de David Leitch, a atriz dá vida à espiã inglesa Lorraine Broughton, cuja mais recente missão envolve encontrar / confiscar uma lista com nome de traidores que interessa a agências governamentais de diversos países, tonando-se um objeto bastante disputado por seu valioso teor.

É através de flashbacks narrados durante um interrogatório na sede do MI6, mediado pelos personagens de John Goodman e Toby Jones, que temos acesso à boa parte da história. Entre um cigarro e outro – consumidos quase que compulsivamente por Lorraine – sabemos detalhes dos acontecimentos da trama que se passa no ano de 1989, na Alemanha, dias antes da Queda do Muro de Berlim.

Para ajudar em sua perigosa empreitada, a protagonista forma uma dupla improvável com David Percival (James McAvoy), homem inteligente e cheio de nuances psicológicas, que consegue confundir a plateia sobre a conclusão de qual lado está, até praticamente os instantes finais – o que é sempre um ponto positivo em longas de espionagem. Nesse meio tempo, ainda sobra tempo para conhecer e se envolver – de várias formas – com a misteriosa Delphine (Sofia Boutella).

A trilha sonora composta por clássicos que vão de New Order a George Michael, com direito a The Clash e A Flock of Seagulls, é daquelas para se ter na lista de favoritos. A curiosidade fica para o fato da faixa “99 Luftballons”, de Nena, ter sido escolhida para ajudar a compor as trilhas de mais dois filmes de gêneros distintos esse ano: “Meu Malvado Favorito 3” e “Bingo – O Rei das Manhãs”.

Fazendo uso de artifícios amplamente aceitos nesse tipo de produção, como lutas cujas coreografias são de encher os olhos, e inúmeras reviravoltas (afinal, nem tudo é o que parece, ainda mais quando a narrativa se passa nos anos 1980), “Atômica” chega com todo jeito de quem quer – pode e deve – se tornar uma nova e bem-sucedida franquia de ação.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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