Crítica: “Chamas da Vingança”

Embora eu tenha várias obras de Stephen King entre as minhas favoritas, fui assistir a “Chamas da Vingança” (Firestarter), sabendo pouco mais do que o entregue pela sinopse oficial, uma vez que não li o livro homônimo de 1980 no qual se baseia, nem vi a primeira versão cinematográfica de 1984 (estrelada por Drew Barrymore) ou a minissérie “Vingança em Chamas”, de 2002 – esta, uma espécie de sequência direta dos acontecimentos anteriores.

Não sei como adaptação literária, mas como filme, a produção dirigida por Keith Thomas tem seus altos e baixos (por isso, entenda-se um resultado irregular e que, acredito que possa decepcionar em parte os fãs do material original, já que este é um dos títulos mais populares de King).

A trama nos apresenta Andy (Zac Efron) e Vicky Mc Gee (Sydney Lemmon) e mostra que, em sua época de faculdade, foram submetidos a um teste desenvolvido pelo Dr. Joseph Wanless (Kurtwood Smith), envolvendo uma droga experimental. Como resultado, o casal ganha “poderes”: ele, uma espécie de telepatia de convencimento, a qual chamam de “Impulso”; ela, a boa e velha telecinese.

Anos depois, eles se tornam pais de Charlie (Ryan Kiera Armstrong) – a tal “incendiária” do título original, que, desde o nascimento, manifesta sintomas que a definem como portadora de pirocinese, ou seja, a capacidade de criar e controlar fogo e explosões.

Após um incidente na escola – provocado por Charlie ser vítima de bullying – tal poder não passa despercebido por uma misteriosa agência governamental – representada pela figura da Capitã Hollister (Gloria Reuben) -, que inicia uma incessante busca pela garota, com a intenção de saber mais sobre suas habilidades e, obviamente, transformá-la no ponto focal de criação de armas letais.

Para isso, conta com a reintegração, por assim dizer, de Rainbird (Michael Greyeyes), um assassino com ares de caçador de recompensa, que não poupará ninguém que se opuser entre ele e seu objetivo de levar Charlie para as instalações secretas.

A narrativa se baseia, principalmente, nas tentativas – pouco eficazes – da garota controlar seus poderes. A orientação de seus pais de escondê-los da sociedade – a fim de evitar consequências como essa perseguição – faz com que a protagonista tenha um desequilíbrio quase total e não imagine o tamanho das consequências que tais manifestações poderiam ter em curto prazo (para pessoas próximas), e dentro de alguns anos, em uma escala bem mais significativa.

Provavelmente, na época de seu lançamento, o livro causou um impacto maior nas pessoas. Na atualidade, com o oferecimento contínuo de filmes, séries, animações, livros e HQ’s que mostram personagens com algum tipo de poder / mutação / alteração genética, a história perde um pouco sua força – o que não significa que não seja intrigante, no final das contas.

E, não seria resultado da mente de Stephen King, se não houvesse uma cena polêmica (entenda-se desnecessária). Dessa vez, a sequência envolve um gato que está no lugar errado, na hora errada, e gera não só mal-estar pelo que é visto em tela, mas pelo texto de qualidade questionável que a completa.

Com efeitos especiais problemáticos em sua maioria, de incandescente mesmo, o longa tem a trilha sonora composta pelo sempre genial John Carpenter – em parceria com Cody Carpenter e Daniel A. Davies – que faz com que tudo ganhe um ar mais interessante e seja o maior motivo para permanecer na sala de cinema enquanto se passam os créditos finais.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.

Filed in: Cinema

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