Crítica: “Colossal”

Se me fosse solicitado classificar “Colossal” (Colossal) em algum gênero específico, é bem provável que eu não pudesse fazê-lo, por uma razão óbvia: Nacho Vigalondo (roteirista e diretor) apresenta um trabalho formado a partir da junção de vários temas distintos.

A cota de drama se dá pelo fato da protagonista Gloria (Anne Hathaway) ser dependente de álcool, estar desempregada e ter sido posta fora do apartamento de seu namorado Tim (Dan Stevens) em Nova York. A única saída é voltar à sua pequena cidade natal para viver na casa que fora de seus pais e que agora está completamente vazia (mais ou menos como sua própria vida).

Após reencontrar Oscar (Jason Sudeikis), um amigo de infância que há muitos anos não via, Gloria passa a trabalhar em seu bar como garçonete – o que não é uma decisão muito inteligente, se nos lembrarmos de sua dependência, mas enfim, esse foi o trabalho oferecido e prontamente aceito por ela.

É Oscar quem a ajuda a se reerguer, acreditando em sua recuperação, sendo o ombro amigo que todos precisam em algum ponto de sua história. Mas, nem tudo costuma ser tão fácil / perfeito assim (nem na vida real, nem no cinema).

Aí, entramos na aventura / ficção / comédia, marcada pela aparição de um monstro gigante no melhor estilo das criaturas icônicas do estilo, que ataca Seul (capital da Coreia do Sul), sem nenhuma razão aparente, vitimando centenas de pessoas – ou apenas ficando parado em frente à multidão enquanto coça a cabeça ou faz uma dança maluca (O quê?!).

Ok, mas o que os ataques de um monstro do outro lado do mundo têm a ver com a rotina da protagonista que está nos Estados Unidos? Por mais incrível que a resposta possa parecer: Tudo. Ela descobre ser a responsável direta não só pela aparição, como pela movimentação da criatura, o que catapulta um imenso sentimento de culpa por toda destruição que causou antes de ter essa consciência e cria uma aura de imediata responsabilidade.

Para “melhorar”, em dado momento da narrativa, o tal monstro ganha uma inesperada companhia, quando, tão repentinamente quanto sua própria chegada, junta-se a ele outra curiosa figura com um senso de moral bem duvidoso.

A conclusão a que se chega é que não há classificação para o filme, ele é único em seu estilo e isso está longe de ser algo ruim. Quem conseguir enxergar a qualidade da ousadia de sua proposta vai se sentir bastante satisfeito com o resultado final (ainda que vários momentos pareçam descartáveis).

por Lara McCoy

Filed in: Cinema

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