Crítica: “Downton Abbey II – Uma Nova Era”

Inglaterra, 1928. Esse é o cenário de “Downton Abbey II – Uma Nova Era” (Downton Abbey – A New Era). Com direção de Simon Curtis, os acontecimentos do longa se passam um ano após os apresentados em seu antecessor – e primeira incursão cinematográfica da aclamada série – , “Downton Abbey – O Filme”.

Cativante, a narrativa escrita por Julian Fellowes (criador da obra televisiva que deu origem às adaptações para as telonas) se desenvolve sobre duas vertentes que, embora não tenham ligação direta, geram um resultado bastante coeso.

A primeira trama mostra Lady Violet (Maggie Smith, mantendo-se em merecido destaque) tendo que lidar com a inesperada herança de uma Vila ao Sul da França, a ela ofertada por um misterioso Conde – com quem, supostamente, teve um relacionamento no passado – fato que, após décadas, pode causar profundas mudanças na história dos Crawley.

Membros da família são designados para ir até o local, em busca de um acordo amigável com a viúva do aristocrata francês que agraciou a Condessa de Grantham em seu testamento, o que faz com que parte do enredo se passe em locais inéditos, amplia as possibilidades e acrescenta ainda mais qualidade ao belo trabalho de fotografia de Andrew Dunn.

Enquanto isso, Downton Abbey é escolhida como locação para um filme. Se por um lado, Robert (Hugh Bonneville) não é favorável a abrir as portas do castelo para tal empreitada, Lady Mary (Michelle Dockery) se mostra lúcida em relação à novidade que pode contribuir para a necessária manutenção do local.

O período de gravações transforma a imponência dos ambientes em uma divertida e bem articulada confusão de membros da equipe que tem à frente o diretor Jack Barber (Hugh Dancy). Mas, o avanço dos longas falados coloca em risco as carreiras e o título protagonizado por dois dos maiores nomes do cinema mudo na época, Myrna Dalgleish (Laura Haddock) e Guy Dexter (Dominic West).

A efemeridade do sucesso, a roda implacável do tempo, a impossibilidade de assumir a verdadeira face diante dos que julgam sem piedade, a ânsia em conquistar seu próprio espaço, a importância do amor e da família. Temas importantes são tratados de maneira delicada, mas com a urgência que lhes é necessária, e acrescentam muito ao produto final visto em tela.

“Downton Abbey II – Uma Nova Era” é um bem-vindo convite a se passar 125 minutos acompanhando a rotina tão peculiar de personagens que facilmente conquistam a plateia e pelos quais, entre muitos sorrisos e algumas lágrimas, torcemos com naturalidade.

Tal qual a produção anterior, esta também consegue fechar seus arcos (dos óbvios aos surpreendentes) com maestria, mas confesso que torço para, quem sabe, a realização da peça final de uma trilogia, pois adoraria passar mais tempo com os Crawley.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.

Filed in: Cinema

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