Crítica: “Escape Room 2: Tensão Máxima” (versão estendida)

Não chega a ser novidade quando uma obra ficcional apresenta o chamado “final alternativo”, este, muitas vezes disponibilizado como item do material extra, ao ser disponibilizado ao público em mídia física – ou, na atualidade, mais comumente em streaming. Assim como também é sabido, o quanto essa segunda versão pode ser tão ou mais interessante do que a escolhida como oficial.

Mas, a Sony Pictures Home Entertaiment não fez apenas isso. Ao lançar “Escape Room 2: Tensão Máxima” (Escape Room: Tournament of Champions) para compra e aluguel nas principais plataformas, a distribuidora conseguiu entregar uma produção não só com um final inédito, mas com a inesperada capacidade de mudar de maneira drástica o rumo de vários pontos importante da trama.

No geral, a narrativa dirigida por Adam Robitel permanece a mesma que foi levada às telonas, em especial no que diz respeito aos desafios mortais propostos aos jogadores que já foram alvos da inescrupulosa empresa Minos – os tais “Campeões” do título original -, que os coloca de novo na posição de meros peões cuja luta pela vida é o que dá o tom a cada cenário de fuga.

O que muda é a explicação que tinha feito tanta falta, não só na versão cinematográfica, quanto no próprio longa anterior de 2019. Dessa vez, enfim, conhecemos a mente (genial, diga-se de passagem) por trás do doentio jogo, com a inclusão de um excelente flashback que mostra acontecimentos datados de 2003, quando parece ser o ano em que surgiu a ideia de se criar o espaço dentro do qual as perigosas salas temáticas são montadas.

De acordo com tal inserção de dados, o final não só é alternativo, como leva a outra impressão mais enérgica e ajuda a amadurecer a ideia de que, se bem coordenadas, ainda há várias subtramas a serem exploradas em alguma produção futura. Falar mais sobre a inclusão dessas figuras inéditas – uma delas interpretada pela atriz Isabelle Fuhrman -, seria dar spoilers desnecessários, mas cabe salientar que cada aparição faz sentido, dentro dessa proposta, até aqui inédita.

Acredito que as opiniões de quem conferir as duas versões – a do cinema e esta do streaming – serão bem divididas. Embora o detalhamento desse final tenha trazido informações muito pertinentes (e até mesmo mais cruéis), a outra conclusão me pareceu mais surpreendente à primeira vista. Então, para conseguir aproveitar ambos os longas, o melhor é tentar encará-los como se fossem produções díspares, ainda que seu cerne seja o mesmo.

Lembrando, mais uma vez, que é importante enxergar tudo como uma grande, preciosa e necessária pista, tal qual em um bom jogo de fuga de verdade.

por Angela Debellis

Plataformas digitais de Aluguel e Compra: Apple TV (iTunes), Google Play e Microsoft Films &TV (Xbox)

Plataformas digitais exclusivamente para aluguel: Looke, NOW, SKY e Vivo Play

*Título assistido via streaming, a convite da Sony Pictures Home Entertaiment.

Filed in: BD, DVD, Digital

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