Crítica: “Força Bruta”

“O Detetive Ma descobre tudo”. É com essa frase que Ma-Seok-do (Ma Dong-seok, também conhecido como Don Lee) consegue resumir o que “Força Bruta” (The Roundup) entrega aos espectadores.

Embora o longa seja a segunda parte da franquia sul coreana “Crime City” (iniciada por “The Outlaws” em 2017, e cuja terceira parte está em produção), pode ser assistido mesmo por quem não conhece o título anterior, já que conta uma história independente e que faz sentido como obra única.

A trama (baseada em um caso real das Filipinas) se passa em meados de 2008, na Coreia do Sul, ao redor da Unidade de Crimes de Geumcheon (quatro anos após a ação vista em seu antecessor) e mostra a viagem do detetive Ma-Seok-do e do capitão Jeon II-man (Choi Gwi-hwa) à cidade vietnamita de Ho Chi Minh, a fim de realizar a extradição de Yoo Jong-hoon (Jeon Jin-oh).

O fugitivo não só, inexplicavelmente, decide se entregar às autoridades, como também faz detalhadas revelações sobre Kang Hae-sang (Son Seok-koo), um assassino impiedoso que não se importa em aumentar sua lista de vítimas, ainda que suas exigências (no caso, pagamento de resgates) sejam atendidas.

E é atrás desse criminoso que os protagonistas irão, para tentar impedir mais assassinatos, uma vez que tal ameaça agora paira sobre a cabeça de Choi-Chon-baek (Nam Moon-cheol), influente empresário que se negou a aceitar as imposições do sequestrador, o que culminou na morte de seu filho Choi Yong-gi (Cha Woo-jin).

Dirigido por Lee Sang-yong (que também estará à frente da direção da terceira parte da franquia), o longa não se furta de utilizar violência gráfica para mostrar não só a competência do detetive, mas também o nível de periculosidade dos antagonistas.

As bem coreografadas lutas e a opção pelo pouco uso de armas – exceção feita à faca de Kang Hae-sang, quase um personagem à parte em tela, que se torna ainda mais letal nas mãos do sequestrador serial killer – estão entre os grandes acertos da obra.

Em dado momento, o protagonista questiona: “Se as leis desse país não protegem o nosso povo, não é o nosso dever?”. À primeira vista, a frase pode parecer radical, mas, com o passar dos 116 minutos de duração do filme, percebemos o quão impactante ela se torna, e como nem sempre andar com retidão sobre os trilhos impostos pelos que definem o que é correto acaba sendo o mais justo a se fazer.

O roteiro de Ma Dong-seok, Min-Seong Kim e Sang-yong Lee é bastante simples deve conquistar os entusiastas das produções das décadas de 1980 e 1990, época em que era mais fácil comprar a ideia de histórias cuja ação plena e descomplicada dava o tom. Às vezes, o personagem é bom e capaz por si só, sem a necessidade de nenhuma explicação mais complexa sobre seu caráter e/ou atitudes. Esse é o caso de Ma-Seok-do.

Ao término da exibição, torna-se fácil entender o motivo de “Força Bruta” ser uma das trinta maiores bilheterias de 2022 e estar em tão grande conta tanto com a crítica internacional, quanto com o público.

Vale muito a pena conferir.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Paris Filmes.

Filed in: Cinema

You might like:

Escape 60′ desperta o terror na Sexta-Feira 13 com experiência assustadora Escape 60′ desperta o terror na Sexta-Feira 13 com experiência assustadora
Bienal do Livro SP: Protagonismo negro e LGBT são destaques na Qualis Editora Bienal do Livro SP: Protagonismo negro e LGBT são destaques na Qualis Editora
Bienal do Livro: Itamar Vieira e Stênio Gardel são destaques na Arena Cultural Paper Excellence Bienal do Livro: Itamar Vieira e Stênio Gardel são destaques na Arena Cultural Paper Excellence
Bienal terá painel “Bibliotecários na promoção de ações antirracistas e inclusivas” Bienal terá painel “Bibliotecários na promoção de ações antirracistas e inclusivas”
© AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.