Crítica: “Furiosa: Uma Saga Mad max”

A franquia “Mad Max” é uma série de filmes de ficção científica e ação iniciada nos anos de 1980, que influencia obras de múltiplas mídias até hoje, sendo o mais aclamado o longa Mad “Max: Estrada da Fúria”, ganhador de seis Oscars. Dessa maneira, “Furiosa: Uma Saga Mad Max” (Furiosa: A Mad Max Saga) carrega uma grande responsabilidade por ser o primeiro título a não ter Max como protagonista e ser o primeiro spin-off da saga.

Na trama, acompanhamos a jornada de Furiosa (Anya Taylor Joy ) desde criança (nessa fase vivida por Alyla Browne) tentando sobreviver em um mundo devastado, no qual gangues lutam entre si para serem os precursores de uma nova civilização.

O principal destaque fica com o novo vilão, Dementus (Chris Hemsworth), líder de um grupo de saqueadores com delírios de grandeza, que usa uma estética que mescla Império Romano e Viking – do jeito mais estilizado que vemos em filmes e séries (conteúdos que, provavelmente, o personagem também assistia antes do Apocalipse) em meio à sucata e restos de animais.

Do outro lado, em guerra com Dementus, temos o retorno de Immortan Joe (Lachy Hulme) e sua família que administra três grandes cidades, mantendo a caracterização do longa anterior, assim como mostrando mais detalhes da estrutura física e social de seu micro-império. O que, por si só, bastaria para justificar a produção, ao deixar toda a mitologia de Estrada da Fúria mais rica e tensa de forma coerente.

O trabalho de figurino, maquiagem, correção de cor e atuação mantém com perfeição a estética criada em vista no filme de 2015, porém, a montagem e a trilha sonora não conseguem transmitir o mesmo impacto, mas ainda são eficientes para gerar o clima de tensão e adrenalina para uma boa história.

Falando em mitologia, um elemento novo são as narrações em off, algo sempre perigoso de usar pois pode dar a impressão de roteiro preguiçoso,  colocando informações que o escritor não teve habilidade de mostrar em cenas ou diálogos.

Contudo, assim como em toda a franquia até aqui, tal recurso passa a sensação da narrativa se passar na cabeça de um contador de histórias e seus ouvintes, criando as bases das lendas e mitos necessários para reconstruir um mundo devastado. Como gerar esperança, coragem e significado em meio à guerra e devastação.

E esse ar de mitologia moderna é reforçado pela presença de outros personagens, como o Historiador (George Shevtsov) e o Pretoriano (Tom Burke), que parecem saídos de algum livro de fantasia sombria, mas sem apelar ao sobrenatural.

As novas atrizes que interpretam a protagonista nas versões adolescente e adulta fazem um trabalho excelente e com o complexo desafio de terem poucas falas, exigindo muito mais das expressões faciais e corporais, sem parecer exageradamente caricato.

Escrito por George Miller (que escreve o roteiro junto a Nick Lathouris), “Furiosa: Uma Saga Mad Max” fortalece a franquia sendo uma ótima indicação para quem gosta de produções de ficção científica focadas em ação.

por Luiz Cecanecchia – especial para A Toupeira

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.

Filed in: Cinema

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