“Instinto Materno” (Mother’s Instinct), novo filme de Benoît Delhomme, é um remake da adaptação belga de 2018, dirigido por Olivier Masset-DePasse, com base no livro homônimo de Barbara Abel, cuja primeira edição saiu em 2002.
A trama centra-se na vida tranquila das amigas Alice (Jessica Chastain) e Céline (Anne Hathaway) nos anos 1960, que é abalada por um trágico acidente envolvendo o filho de Céline, Max (Baylen D. Bielitz), desencadeando uma reviravolta inimaginável em sua amizade.
Inicialmente, o filme segue a linha de suspense/thriller, mantendo uma atmosfera de incerteza sobre quem está realmente correto na história. A dupla principal demonstra um excelente entrosamento em suas atuações, tornando cada momento de afeto e suspeita palpável.
Ambas as atrizes, reconhecidas por sua versatilidade no cinema, entregam performances cativantes, tornando difícil determinar quem é a verdadeira protagonista.
Ao ambientar a narrativa na década de 1960 nos Estados Unidos, o filme evoca um período de transformação social, embora esta temática seja abordada de forma superficial ao longo da narrativa escrita por Sarah Conradt.
Mesmo com as atuações das protagonistas sustentando o longa, outros elementos parecem um pouco frágeis. O roteiro por vezes mostra-se acelerado e a sensação é a de que poderia ter explorado mais profundamente as tensões entre as personagens.
Os elementos de suspense são muito sutis (talvez, até demais) e, para os mais atentos, podem acabar revelando, sem muita dificuldade, os rumos principais da história.
No entanto, “Instinto Materno” mantém o interesse do espectador através da intensidade das emoções que as Alice e Céline evocam, seja pela ignorância ou pela clareza dos fatos.
Entre erros e acertos, é um filme intrigante e que incita a vontade de conhecer a história original na qual se baseia – a obra literária foi lançado no Brasil no final de dezembro de 2023, pela Globo Livros.
por Artur Francisco – especial para A Toupeira
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Imagem Filmes.
