Crítica: “Maior que o Mundo”

“Maior que o Mundo” é um filme brasileiro que conta com uma ideia promissora, mas que talvez não seja acompanhada pela sua execução.

O longa é protagonizado por Kbeto (Eriberto Leão), escritor que sofre do temido bloqueio criativo. Sempre em busca de inspiração, ele almeja escrever seu segundo romance, para quem sabe, retomar a carreira literária.

Tal desejo pode se realizar quando encontra, dentro de uma caçamba de lixo, um diário perdido. O volume contém a história de um anão de nome Altair (Giovanni Venturini) e Kbeto tem a duvidosa ideia de vender o conteúdo como se fosse um original seu.

Mas tudo cai por terra com a chegada do verdadeiro autor, o que faz com que uma inesperada decisão – aparentemente eficaz – se transforme em um problema de grandes dimensões.

A trama tem um mote interessante, que poderia ser muito divertido, porém, acaba sendo ofuscado por algumas escolhas dos roteiristas Reinaldo Moraes e Lusa Silvestre. Há narrativas paralelas, que, embora ligadas à vida de Kbeto, em determinados momentos parecem não acrescentar nada à trama, distraindo o espectador e impedindo uma conexão maior com as figuras em tela.

“Maior que o Mundo” conta com muitas cenas de sexo e de uso de drogas, que, no geral, não passam os sentimentos que talvez o diretor Roberto Marquez gostaria de transmitir a quem assiste à produção. As cenas (nada) sensuais pouco acrescentam ao desenvolvimento dos personagens. A questão das drogas também parece colocada com a intenção de chocar e fazer refletir, inclusive desencadeando em um acontecimento trágico, mas as sequências deixam a desejar na maior parte do tempo.

O filme conta com atores renomados, como Maria Flor (que interpreta João, a filha de Kbeto), mas mesmo isso não parece suficiente para fazê-lo avançar a patamares maiores. O humor, muitas vezes é questionável e não consegue alcançar o potencial que o tema principal teria em um título de comédia.

Enfim, a obra fica aquém do esperado e faz o público sair pensando em tudo que poderia ter sido, caso outros rumos tivessem sido tomados.

por Isabella Marques – especial para A Toupeira

Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Imagem Filmes.

 

Filed in: Cinema

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