Crítica: “Meu Amigo Pinguim”

É sabido que amizades verdadeiras são grandes tesouros que podemos encontrar no decorrer da vida. E quando uma das partes envolvidas é um animal, existe uma chance ainda maior de haver um imenso valor nessa ligação.

Escrito por Kristen Lazarian e Paulina Lagudi Ulrich, e dirigido pelo cineasta brasileiro David Schurmann, “Meu Amigo Pinguim” (My Penguin Friend), é baseado na história real de João (Jean Reno), pescador de Ilha Grande (Rio de Janeiro), e sua inusitada ligação com DinDim (interpretado por animais resgatados pelo Instituto Argonautas, agora residentes no Aquário de Ubatuba), um carismático pinguim viajante.

O primeiro encontro da dupla se deu no inverno de 2011, quando a ave foi encontrada nas águas da Praia de Provetá, coberta por óleo de um vazamento causado por ações humanas que julgam o meio ambiente como algo que não precisa de cuidados. Sem a providencial ajuda de João, é provável que DinDim fosse apenas mais um número em uma triste estatística de animais que perdem a vida, graças à inconsequência e ganância de algumas (muitas) pessoas.

Sem conseguir enxergar a vida com esperança após a partida precoce de seu filho Miguel (Juan José Garnica), devido a um acidente, João volta a ter motivos para sorrir com a chegada de DinDim. Até mesmo sua esposa Maria (Adriana Barraza), a princípio relutante, acaba abrindo o coração ao novo amigo, que parece trazer luz à suas vidas – no sentido metafórico e literal, já que a fotografia de Anthony Dod Mantle se modifica delicadamente, quando há a interação entre o casal e o pinguim.

Como animal migratório que segue determinados instintos, DinDim vai para a região da Patagônia, na Argentina, a cada seis meses, onde se reúne com seus semelhantes por uma temporada. Lá, biólogos marinhos liderados por Adriana (Alexia Moyano) percebem seu comportamento diferente e descobrem sua história em terras brasileiras.

O que, obviamente, torna-se uma ótima oportunidade de transformá-lo em objeto de estudo, a fim de conseguir um maior financiamento a seus projetos. Mas, será que vale a pena colocar em risco algo tão maior, visando apenas questões financeiras?

A transição de 8.000 quilômetros entre países durou surpreendentes sete anos (através de uma anilha metálica foi feita a confirmação de retorno da mesma ave). Mas, desde 2018, não se tem mais notícias do Pinguim de Magalhães que encantou e virou notícias ao redor do mundo. A expectativa é que ele tenha atingido a idade em que há interesse na formação de uma família e se estabelecido pelos lados argentinos.

A história de “Meu Amigo Pinguim” é uma mescla de bondade, gentileza e amor. Exatamente como o relato de uma amizade tão incrível e cheia de significado deve ser.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paris Filmes.

Filed in: Cinema

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