Crítica: “O Segredo de Madeleine Collins”

“O Segredo de Madeleine Collins” (Madeleine Collins), filme francês dirigido e escrito por Antoine Barraud, prova ser possível mostrar eficiência em dois gêneros distintos, dentro da mesma película. Se a produção começa com ares de drama familiar, após a primeira hora de exibição, esta ganha surpreendentes contornos de suspense e, em ambos os casos, consegue êxito.

A trama gira em torno da misteriosa Judith Fauvet (Virginie Efira), mulher de meia idade que leva uma vida confortável na Suíça e parece manter um casamento sólido com o maestro Melvil Fauvet (Bruno Salomone), com quem tem dois filhos: o adolescente Joris (Thomas Gioria) e o caçula Victor (Théo Deroo).

Mas, embora tal fachada de matrimônio elibado seja mantida com elegância, logo descobrimos que a protagonista leva uma vida dupla, conquistada em partes, graças ao seu trabalho como tradutora, que exige viagens constantes para colóquios.

Nesses momentos, ela assume outra identidade (literalmente): Margot Soriano, residente na França, esposa de Abdel Soriano (Quim Gutiérrez) e mãe da pequenina Ninon (Loïse Benguerel).

O que parece simples de entender a princípio – uma narrativa “clássica” de adultério, com todos os óbvios problemas que isso pode trazer, não só aos envolvidos amorosamente, mas aos que estão à sua volta – ganha mais camadas quando o roteiro envereda para o lado do suspense (o que acontece pouco depois da metade da duração total da obra).

A partir desse ponto, pontas que davam a impressão de não se conectarem a nada – como a boa sequência de introdução passada em uma loja de roupas femininas – mostram-se fundamentais para o entendimento do que se vê em tela. Assim como o próprio título, cujo segredo é o que há de mais interessante no longa como um todo.

“O Segredo de Madeleine Collins” acerta ao optar por uma história que ainda que tenha  tantos desdobramentos, segue parecendo palpável o suficiente para que o público se interesse em saber o que virá adiante e se pegue, até mesmo, torcendo por algumas resoluções (nem todas possíveis, é verdade).

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Synapse Distribution.

Filed in: Cinema

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