Crítica: “Orfã 2: A Origem”

“A Órfã”, lançado em 2009, é hoje considerado um clássico de suspense. O filme narra a história de uma família que decide adotar uma criança e escolhem a pequena Esther, interpretada por Isabelle Fuhrman aos 11 anos na época, que ao decorrer da trama mostra não ser uma menina, mas sim uma adulta com nanismo provocado por hipopituitarismo (doença hormonal que afeta seu crescimento) e com um histórico de acontecimentos macabros.

Naquela época, a produção deixou algumas ponta soltas em relação ao passado de Esther e numa tentativa de trazer respostas e aproveitar a trama interessante, William Brent Bell segue na direção da prequel “Órfã 2: A Origem” (Orphan: First Kill), afinal, Hollywood sabe tirar leite de pedra quando o assunto é o passado não contado de uma franquia.

Dirigido por William Brent Bell, o longa apresenta um pequeno segmento do passado da protagonista, que está presa em um hospital psiquiátrico e é considerada uma paciente de risco gravíssimo. A sequência inicial não parece bem trabalhada, apresentando uma desculpa fraca para que a personagem escape de sua prisão.

Por outro lado, toda a trama escolhida para mostrar o casal Allen e Tricia Albright (Rossif Sutherland e Julia Stiles, respectivamente), que adotou a criança é bem pensada, com uma reviravolta de surpreender. Esther toma o lugar de uma menina que desapareceu anos atrás, com a qual, “coincidentemente”, a protagonista tem muita semelhança física. Ao sair da Eurásia e desembarcar nos Estados Unidos, Esther conquista a confiança de Allen, que não percebe qualquer diferença com a filha original – se é que podemos chamar assim.

Até certo ponto há um suspense moderado no roteiro escrito por Alex Mace e David Coggeshall, que intriga o espectador em alguns aspectos, mas que depois da grande reviravolta acaba por perder-se e tal artimanha não parece mais funcional.

Além disso, o fim da obra é abrupto, dando a impressão de não haver mais escolhas plausíveis a serem utilizadas como ferramentas de roteiro – justamente pela citada reviravolta – tornando-se uma tentativa de apenas de encaixar com o que foi visto em seu antecessor.

Outro ponto que pode ser problemático para alguns – por mais que seja um caminho diferente do que seria considerado mais fácil (com a escalação de outra atriz mais jovem) – é a volta de Isabelle Fuhrman no papel de Esther.

No filme anterior, a atriz tinha 11 anos, atuando realmente como uma criança, sem qualquer semblante de adolescente ou adulto. Agora, com 25 anos, é nítido (mesmo com o aprimoramento de CGI para rejuvenescê-la) que aquela personagem não é uma menininha.

As técnicas de posicionamento de câmera e enquadramento tentam a todo momento esconder isto, mas é perceptível que estamos lidando com uma adulta. Até mesmo os desenhos do rosto de uma mulher são facilmente visíveis na personagem.

“Órfã 2: A Origem” tenta se agarrar à boa tentativa de explorar o passado de um clássico de suspense. Se você não viu o primeiro filme talvez não consiga se conectar com esta origem. Por outro lado, caso já conheça a história previamente, pode considerar que abrem-se precedentes de curiosidade para saber onde a história vai acabar e este, talvez seja o ponto de maior valor da produção.

por Artur Francisco – especial para A Toupeira

*Título assistido em cabine de Imprensa promovida pela Diamond Films.

Filed in: Cinema

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