Crítica: “Super Quem? Heróis por Acidente”

Paródia talvez seja o subgênero mais complicado da comédia. Por outro lado, também é um dos que mais alcançam êxito quando bem realizado. É o caso de “Super Quem? Heróis por Acidente” (Super-héros malgré lui).

Phillipe Lacheau assume a direção, roteiro (junto a Jukien Arruti, Pierre Lacheau e Pierre Dudan) e protagonismo da produção franco-belga que conta a história de Cédric Dugimont, pretendente a ator cuja carreira está longe de ser brilhante (seu papel de maior destaque é numa propaganda de preservativos de qualidade bastante duvidosa).

Ele vê tudo mudar ao ser inesperadamente contratado para estrelar “Badman”, um filme de baixo orçamento e grandes pretensões, que tem como personagem principal um milionário que combate o crime de sua cidade sob uma identidade secreta e tem como principal inimigo “O Palhaço” (Georges Corraface). Parece familiar?

Quando sua história parece entrar nos eixos, Cédric sofre um acidente automobilístico que faz com que perca a memória de sua vida real. Ao acordar, vagas lembranças e algumas evidências (bem convenientes), o levam a acreditar ser um verdadeiro herói – ainda que não tenha a menor habilidade para tal feito.

Ao crer estar diante de uma operação de resgate de sua esposa e filho – com direito a impedir um assalto a banco no meio do caminho – Cédric contará com a providencial ajuda de Laure (Alice Dufour), jovem misteriosa a quem pediu carona para chegar ao seu destino, e que será uma espécie de desajeitada parceira em sua busca pela justiça.

Com uma duração mais curta do que o usual (82 minutos), o longa tem um ritmo frenético e as piadas (visuais e textuais) são um elemento quase onipresente. E isso faz com que o espectador se pegue atento a qualquer detalhe que apareça em tela, e que possa remeter a produções cinematográficas de grandes estúdios, baseadas em quadrinhos de super-heróis e tão aclamadas pelo público nas últimas décadas.

É fácil reconhecer momentos marcantes de títulos da DC Comics e da Marvel, o que significa que os fãs prévios das obras das editoras poderão se divertir mais ao detectar tais paródias, seja na alusão a cenas icônicas, artefatos, trilhas, figurinos ou mesmo citações.

Com um bom elenco de coadjuvantes, o ponto mais fraco de “Super Quem? Heróis por Acidente” – que chega na versão dublada aos cinemas brasileiros – é a inexplicável insistência de alguns filmes em fazer piadas fálicas. Neste caso, o exagero no assunto acaba tirando parte da graça, mas não chega a prejudicar o restante da narrativa que diverte ao rir não só de si mesmo, mas dos poderosos da indústria do entretenimento.

Vale conferir.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Paris Filmes.

Filed in: Cinema

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