Crítica: “The Moon: Sobrevivente”

A corrida espacial, um dos maiores símbolos da tensão entre a União Soviética e os Estados Unidos durante a Guerra Fria, foi pano de fundo para inúmeras produções cinematográficas, quase todas enfocando o patriótico clamor estadunidense. No entanto, “The Moon: Sobrevivente” (Deo Mun / The Moon), filme sul-coreano escrito e dirigido por Kim Yong-hwa, traz uma nova perspectiva, ao colocar a exploração lunar no centro de uma perspectiva intimista e repleta de desconforto, sem perder a grandiosidade do gênero.

A trama apresenta uma missão espacial sul-coreana em direção à Lua, com o objetivo de coletar amostras e fazer história ao ser a primeira tripulação de seu país a pisar no solo lunar. No entanto, uma violenta tempestade solar compromete a missão, dizimando quase toda a tripulação, com o astronauta Hwang Seon-woo (Do Kyung-soo) sendo o único sobrevivente. Agora, ele precisa lutar contra o isolamento absoluto e, com a ajuda de Kim Jae-guk (Sul Kyung-gu), um ex-comandante de voo, encontrar uma forma de retornar a Terra.

Visualmente, “The Moon: Sobrevivente” é um verdadeiro espetáculo. A fotografia, juntamente com os efeitos especiais, faz jus à magnitude da exploração espacial, criando uma imersão impressionante que coloca o espectador no coração da solidão lunar.

A estética do filme, muito influenciada pelo cinema americano, é pontuada por momentos de grandiosidade e aflição, mas é a sutileza emocional que realmente conquista. Ao lado da imersão visual, o roteiro vai além das previsíveis representações heroicas, oferecendo uma narrativa mais rica e profunda, centrada no heroísmo humano em face do desespero.

Embora faça referência ao estrelato estadunidense na exploração espacial, o longa nunca perde de vista o protagonismo dos atores sul-coreanos, cujas performances são o verdadeiro coração da obra.

Do Kyung-soo, no papel de Hwang Seon-woo, transmite uma angústia crível e cativante, tornando sua jornada de sobrevivência mais do que uma simples luta pela vida: é uma prova de resistência emocional. Ao seu lado, Sul Kyung-gu também se destaca como o ex-comandante Kim Jae-guk, trazendo uma densidade ao papel de alguém que precisa reconectar-se com seu passado e seus valores em meio à adversidade.

O que realmente torna a produção notável, no entanto, é sua carga emocional. A narrativa está repleta de reviravoltas que não apenas surpreendem, mas também tocam profundamente. Em muitos momentos, torna-se uma reflexão sobre esperança, resiliência e a luta do ser humano contra um destino implacável.

Ainda que o tema da exploração espacial seja já bastante explorado no cinema, o diretor Yong-hwa Kim consegue dar uma nova camada ao gênero, oferecendo um filme que emociona e surpreende, sem perder o ritmo e a tensão de um thriller espacial.

“The Moon: Sobrevivente” é, sem dúvida, um dos títulos sul-coreanos mais bem dirigidos e executados dos últimos anos. Para os entusiastas do gênero de ficção científica e da exploração espacial, é uma excelente opção de entretenimento, além de ser um prato cheio para quem busca uma jornada de emoções e superação.

por Artur Francisco – especial para A Toupeira

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Sato Company.

Filed in: Cinema

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