Filmes que têm como enredo um loop temporal que obrigada o protagonista a viver o mesmo dia, repetidas vezes, estão longe de serem uma inovação.
Mas, o tema continua tão interessante, que de tempos em tempos, surge uma nova produção bacana que traz de volta o assunto à tona. “Um Dia Para Sempre” (Hello Again: A Wedding Day / Hello Again – Ein Tag für immer) é uma delas.
A história da comédia romântica alemã – dirigida e roteirizada por Maggie Peren – gira em torno da jovem Zazie (Alicia von Rittberg) que, devido ao fato de ter acompanhado de perto o casamento problemático de seus pais, acaba se fechando para o amor, chegando até a duvidar da possibilidade de sua real existência.
Tal questionamento ressurge com força em seus pensamentos, ao ser convidada para o casamento de Philipp (Tim Oliver Schultz), a quem não vê há cinco anos. Preocupada com a felicidade de seu melhor amigo desde a infância, que pretende casar-se com Franziska (Emilia Schüle) – um desafeto antigo da protagonista – Zazie toma uma decisão drástica: impedir a realização da cerimônia.
O que ela não esperava, além das óbvias implicações que tal planejamento poderia ter, seria adentrar ao centro de um loop temporal que fará com que, ao som de uma versão remixada do clássico de 1954, “Mr. Sandman”, ela acorde na mesma data fatídica (o dia do matrimônio), diversas vezes.
Quem está ao lado de Zazie nesta jornada (ainda que não saiba quantas vezes já a viveu) é seu colega de quarto, Anton (Edin Hasanovic) que, assim como a protagonista, também não encara relacionamentos amorosos com facilidade, devido à separação de seus pais.
Embora haja tal repetição dos fatos principais, a narrativa surpreende ao mostrar as pequenas alterações que fazem com que a mesma história ganhe contornos inéditos cada vez que é vivida, já que mínimas mudanças são capazes de gerar um impacto crescente em cada um dos coadjuvantes vistos em tela – todos com graus de importância dentro do todo.
O grande destaque de “Um Dia Para Sempre” são seus personagens que, desde o início mostram-se relevantes o suficiente para que o público consiga estabelecer sua torcida. E, são responsáveis por nos lembrar de que, mesmo que coisas que pareçam ideais para uns, sejam equivocadas para outros, no final das contas, o que realmente interessa é como nos portamos diante do que nos é proposto no decorrer de nossas vidas.
Vale conferir.
por Angela Debellis
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela A2 Filmes.