Crítica: “Uma Pitada de Sorte”

Se o ponto principal de uma comédia é fazer o público rir, também é muito válido quando, além de nos divertir, os personagens nos cativam. E esse mérito é algo visto desde o começo de “Uma Pitada de Sorte”.

Dirigido por Pedro Antônio Paes (que também assina o roteiro junto a Regiana Antonini e Alvaro Campos), o longa nacional tem como protagonista Pérola (Fabiana Karla), a esforçada sous chef (ou como a própria define: nome chique para atendente de cozinha) do Lorenzo Alta Gastronomia, renomado restaurante carioca, onde tem sua criatividade e competência para criar pratos totalmente tolhidas pelo dono do estabelecimento (vivido por José Rubens Chachá).

Além desse trabalho, Pérola também é o braço direito de sua mãe Gina (Jandira Martini), na empresa de festas infantis que há gerações é o pilar financeiro da família. E é durante essa função que acontecem boa parte das melhores cenas do longa, que incluem percalços com a cauda de uma fantasia da Cuca e um desabafo muito sincero de uma Sereia.

Demitida do restaurante após tomar a liberdade de servir uma de suas criações a clientes, a protagonista acaba entrando – meio que sem querer – para o mercado televisivo, graças à força dada por seu irmão mais novo, Fred (JP Rufino), que não permite que ela deixe de acreditar em seu maior sonho: o de tornar-se uma Chef de Cozinha em seu próprio restaurante.

Enquanto tal intento não se realiza, Pérola assume o papel de sous chef (de novo), mas dessa vez em frente às câmeras, fazendo dupla com o aclamado Chef Diego (Ivan Espeche), que tem um programa de culinária na televisão e que busca ampliar seu leque de público com a presença mais popular de uma assistente.

Como já era de se esperar, Pérola se destaca e cai nas graças da audiência – devido ao seu enorme carisma e simpatia – e as coisas acabam tomando um rumo diferente e mais complicado do que ela esperava.

O filme tem vários pontos positivos, entre eles, o elenco eficaz – incluindo o trio de coadjuvantes formado pelo taxista apaixonado por Pérola, Lugão (Mouhamed Harfouch), a vizinha fofoqueira – mas de bom coração – Raylane (Flávia Reis) e a empresária responsável pela grade de programação do canal televisivo Margô (Regiane Alves) e o ritmo constante da história, que flui de maneira a entreter sem esforço.

A opção por não tornar a busca pelo riso exagerada é muito acertada. É fácil se identificar com a jornada dupla encarada pela personagem principal (que reside em Jurujuba, em Niterói, mas tem que enfrentar horas de trânsito diariamente para chegar ao trabalho, na capital carioca), com os sonhos acalentados mesmo quando parecem difíceis de se alcançar, com a frustração de saber-se hábil, mas não ter o reconhecimento necessário para conquistar o merecido sucesso.

“Uma Pitada de Sorte” é muito mais do que indica o título. Não apenas sorte, mas o filme tem competência, atratividade e coração (e a presença encantadora de Policarpo, o cãozinho da família). E isso faz dele mais do que uma aparentemente simples comédia romântica, tornando-o uma deliciosa opção para quem procura por alguns momentos de agradável e genuína diversão.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Downtown Filmes.

Filed in: Cinema

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