Embora nada conquiste a unanimidade neste mundo, é nítido o quanto alguns filmes merecem ser alçados ao patamar de clássicos que marcaram seus nomes na história da indústria cinematográfica de maneira inegável.
Na lista (que hoje em dia parece mais vasta do que deveria ser de fato), o vencedor de três estatuetas do Oscar, “Avatar”, segue como um dos grandes títulos – inclusive no que diz respeito à bilheteria mundial (cujos números crescerão mais um pouco com esse retorno às telonas), onde ocupa a primeira posição.
Com tecnologia revolucionária e inédita, a aclamada obra de James Cameron (que assume as funções de diretor e roteirista) que encantou multidões em 2009 retorna aos cinemas como uma espécie de preparação para a aguardada continuação “Avatar – O Caminho da Água” que tem estreia prevista para 15 de dezembro.
Rever o Planeta Pandora em IMAX – na versão 4K HDR – é uma experiência arrebatadora. Se a tecnologia 3D impressiona e continua superior a muitas produções que vieram depois, esta não é a única razão para gostar do longa.
A narrativa permanece dolorosamente atual, com a intromissão da raça humana em um equilíbrio que nós jamais alcançaremos. A união e respeito dos Na’vis e da Natureza são louváveis e parecem carregar lições que nossos “tão evoluídos” cérebros não parecem ser capazes de entender em toda sua complexidade.
É impactante notar as extremidades com que trabalha o roteiro de Cameron: a beleza ímpar de Pandora – com seu ecossistema único e habitantes que reconhecem sua importância -, é o extremo do apresentado quando os humanos aportam no local, na ânsia de roubar suas riquezas naturais, depois de ter, nas palavras de Jake Sully (Sam Worthington), acabado com o verde do planeta (o que não soa como algo tão improvável de acontecer dentro de alguns anos).
Hoje, após assistir “Avatar” novamente, minha sensação foi a mesma de 13 anos atrás: para mim, a história de Jake e Neytiri (Zoe Saldaña) tem um final satisfatório – idílico o suficiente para que o filme não precisasse se tornar o primeiro capítulo de uma franquia.
Por outro lado, com a exibição de cenas inéditas do vindouro “Avatar – O Caminho da Água” – após os créditos finais -, foi impossível não sorrir com a possibilidade de retornar ao belíssimo planeta que parece ainda ter muitas maravilhas a serem conhecidas.
Removido recente da plataforma de streaming (provavelmente como medida a incentivar a ida do público ao cinema), “Avatar” deve retornar ao catálogo do Disney Plus em breve, mas a dica é mesmo aproveitar para ver a produção na maior tela possível, a fim de ter sensações infinitamente mais enriquecedoras.
por Angela Debellis
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela 20th Century Studios Brasil.
