Um bom mágico conta uma história usando a seus truques como instrumentos que transmitem, acentuam e brincam com a narrativa, algo que é levado ao limite por Maicon Clenk, o criador do espetáculo. Em “Polaris – O Espetáculo no Globo Gigante”, temos um show mesclando mágica, dança e teatro sem falas para contar uma história de tons oníricos.
Existem dois cenários onde ocorre tudo. A primeira parte é no quarto de uma criança que não consegue se comunicar direito com o pai. Aqui já fica evidente como as combinações distintivo de luzes e músicas são capazes de mudar radicalmente um ambiente, enquanto a dupla atua sem falas, inclusive usando máscaras que geram a impressão de serem quase dois bonecos de brinquedo interagindo, acentuando o conceito de realidade revista e sonhada pela mente infantil.
Já a segunda e principal parte ocorre no globo de neve gigante, tanto dentro quanto fora dele, o mundo místico para o qual a criança do primeiro ato é arremessada. Nele, as experiências de iluminação e som atingem grandes proporções e transformam um único ambiente em um gerador de possibilidades infinitas para os atores dançarinos.
Cada gesto, cada detalhe das vestimentas, cada interação com o cenário, tudo sincronizado com as músicas instrumentais e sequência de luzes para transmitir uma sequência magnífica de emoções dentro de um reino de gelo e sonhos.
Os truques de mágica aparecem de forma pontual, mas bem executada, em cenas chaves da história. Estamos em um mundo pós Mister M, com todos os truques clássicos mostrados com sua execução em detalhes na televisão, então, shows do tema precisam ter ilusões inéditas, incluindo reimaginações das clássicos, para voltar a impressionar o público, e “Polaris” consegue executar esse feito.
Se você gosta do balé “O Quebra-Nozes” ou dos espetáculos do Cirque du Soleil, esse show é quase obrigatório. “Polaris – O Espetáculo no Globo Gigante” segue em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso até 16 de julho, de quinta a domingo, com sessão dupla aos sábados.
Crédito das fotos: Divulgação.
por Luiz Cecanecchia – especial para A Toupeira
