Crédito: Lúcio Luna
Está em cartaz no Teatro Porto até dia 09 de outubro o espetáculo “Ensina-me a Viver”, peça escrita por Colin Higgins com tradução de Millôr Fernandes e adaptada e dirigida por João Falcão.
“Ensina-me a Viver” estreou em 27 de outubro de 2007 no Teatro FAAP/SP, e em 02 agosto de 2008 no então Teatro Leblon/RJ. Entre 2009 e 2015, esteve em turnê pelo Brasil, tendo passado por 45 cidades, entre elas as principais capitais, além de novas temporadas em São Paulo e no Rio. Desde a sua estreia, já foi vista por cerca de 850 mil espectadores.
A peça foi vencedora de vários prêmios, incluindo Melhor Espetáculo Drama. E não é de se surpreender essa premiação, afinal o começo do espetáculo é literalmente um drama avassalador.
O enredo é sobre o encontro amoroso entre um jovem de quase vinte anos aficionado pela morte que conhece e se apaixona por uma senhora de quase oitenta anos apaixonada pela vida. Assim, os protagonistas aprendem sobre as duas esferas que a vida tem – o início e o fim.
Crédito: Lúcio Luna
De cara, somos surpreendidos pela excelente capacidade técnica do espetáculo. A mistura de efeitos visuais manuais com projeções torna o palco vivo através de imagens e iluminações. Atrelado a isto, temos a sonoplastia que casa perfeitamente com o timing das falas e atuações. Definitivamente, um espetáculo excelente do ponto de vista técnico.
Quanto ao enredo, não há a mínima possibilidade de sair do teatro sem se comover, rir e aprender com uma história tão cativante e esperançosa. O começo que parece chocante se transforma numa comédia ácida. E este choque só é possível pela genial atuação de Arlindo Lopes, que dá vida ao personagem Harold, trazendo de corpo e alma a essência depressiva e ao mesmo tempo cômica do personagem.
É admirável que em todos os momentos ele consegue convencer sempre sobre as decisões e vícios que seu personagem tem. E em paralelo, Nívea Maria, que interpreta Maude, e acrescenta ao espetáculo toda sua genialidade teatral e experiência em palco.
“Ensina-me a Viver” é o tipo de produção que é necessário assistir pelo menos uma vez na vida. É de se aplaudir de pé o excelente trabalho da conversão para o teatro, que aproveita o palco muito bem e surpreende o espectador.
por Artur Francisco – especial para A Toupeira
