Fomos ao Teatro Renault, assistir ao espetáculo “Hairspray” que segue em cartaz na capital paulista. E é possível afirmar que, durante três horas, fomos transportados para um mundo musical com comédia, muita dança, algo maravilhoso!
A história se passa na cidade americana de Baltimore, na qual a jovem Tracy Turnblad (vivida por Vânia Canto) deseja dançar em um popular programa de TV, o Corny Collins.
Mas, devido a seu corpo ser considerado “fora do padrão”, até a própria mãe, Edna, (Tiago Abravanel) tenta desestimulá-la, por achar que a garota poderia ser alvo de risos – o que hoje é conhecido por bullying, termo que nos anos de 1960 ainda não existia.
Porém, seu pai, Wilbor (Lindsay Paulino), a incentiva. Com tal apoio, Tracy vai para o teste, e passa – apesar da tentativa de Velma (Liane Maya) de impedi-la, para favorecer sua filha, Amber (Verônica Goeldi).
Aqui fica claro o motivo principal da história: a intenção de integrar pessoas de cores e constituições físicas diversas, a fim de que todas tenham o mesmo direito de participar de programas ao vivo na TV – fato que tinha fortes restrições na época.
Curiosidades a destacar são, por exemplo, ouvir o termo “brotinhos”, que simboliza a maneira como eram identificadas as meninas na década em questão. É bem nostálgico! Frases soltas em alguns momentos da peça também podem ser ressaltadas, como “Tudo que vale a pena, vale a luta” e “Tem que sonhar grande para ser grande”, o que pode levar-nos à reflexão.
A troca de figurinos é um espetáculo à parte, e certamente vai surpreender o público com tantas transformações, ao vivo, no palco. A sonorização é algo que tem que ser valorizado, quando falamos da orquestra que está abaixo do piso, conduzida pela Maestrina Claudia Elizei, que conduz onze músicos – sendo dez mulheres.
Outro ponto, ainda sobre o som, é a captação das falas e dos cantos. Você ficará em dúvida se estão cantando mesmo ou dublando, uma vez que se veem microfones, nem no figurino, nem no teto, com gruas. Aliás, isso faz com que todos, sem exceção, que cantam solo, tenham a voz em destaque. E que vozes!
E que fôlego em alguns casos, já que “esticam” a letra, e, quando pensamos que o número vai acabar, continuam mais um pouco, sem parar de dançar. Isso poderá se apreciado quando Liane Maga canta.
O público ficará embriagado também com Aline Cunha, que vive Maybelle, cuja voz potente lembra a da cantora Alcione – assim como sua caracterização. Ainda falando em fôlego e voz, Tiago Abravanel é outro que incrível nome do elenco estica a voz em vários momentos. Além de atuar, ele também é o idealizador e Diretor do Musical.
Para fechar, a troca de cenários merece menção. Enquanto as locações mudam, sempre há números de dança e canto para entreter a plateia que, além de nem perceber a transição, ainda aproveita o conteúdo exclusivo desses momentos.
Quem quiser conferir o espetáculo de pertinho, pode aproveitar que a temporada paulista de “Hairspray” foi prorrogada e oferecerá espetáculos até 1º de dezembro. Para mais informações e compra de ingressos, acesse: https://www.ticketsforfun.com.br.
por Carlos Alberto Quintino – especial para A Toupeira